Lagos já reativou furos para ter água

A Barragem da Bravura, onde a cidade e os concelhos vizinhos se abastecem, tem nesta altura apenas 12% da sua capacidade. Lagos é um dos locais onde pode ser instalada a central de dessalinização do Algarve.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) já tinha interditado o uso da água da barragem da Bravura para a agricultura e, em setembro do ano passado, também o abastecimento para consumo humano foi suspenso. Desde essa altura, Lagos e os concelhos vizinhos vão abastecer-se à barragem do Arade que também não está com um nível alto: apenas 41%.

"Foram alguns [furos] reativados e está a ser preparada a reativação de outros que estavam suspensos e sem utilização", explica o presidente da câmara de Lagos. "Com um plano de contingência, indo buscar água ao Arade e com os furos, não faltou água em 2022, e em 2023 essas medidas terão de continuar", acrescenta. Também a barragem da Bravura está a ser alvo de obras para que o volume morto da albufeira possa ser utilizado.

Embora garanta que em 2023 não vai faltar água, Hugo Pereira espera que chova mais, neste inverno, na zona do Barlavento, uma região que nos últimos três anos tem sido particularmente afetada pela seca. Por esse motivo, o autarca vê com bons olhos a eventual colocação da central de dessalinização no seu concelho.

Na última semana, numa visita ao Algarve, o ministro do Ambiente e da Ação Climática revelou que as duas localizações em equação no Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que ainda não está concluído, apontam para os concelhos de Albufeira ou Lagos. Hugo Pereira não se opõe, desde que os impactos no seu concelho sejam os menores possíveis. "É preciso é ter água", afirma.

Também em Albufeira há uma equipa da autarquia a estudar o processo, mas o presidente da câmara de Lagos considera que o importante é que a nova infraestrutura, que deverá custar cerca de 50 milhões de euros, melhore o abastecimento de água a toda a região.

"Desde que ela [água] seja injetada na rede e disponibilizada a toda a região, em qualquer sítio ficará bem", afirma.

Hugo Pereira considera que "talvez um dia" seja mesmo necessário existir mais do que uma central de dessalinização no Algarve, "para que a região fique sem quaisquer problemas" de abastecimento de água.

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) deverá estar concluído nas próximas semanas e será a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a decidir onde irá ficar instalada a central de dessalinização.

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