- Comentar
Foi um major do Exército português que, em missão na República Centro-Africana, denunciou uma rede de tráfico a um comandante, tendo-lhe entregue oito diamantes. A denúncia deu origem à operação Miríade e é avançada esta terça-feira pelo Público.
O jornal explica que foi aliciado por um capitão da mesma unidade para participar na operação de tráfico, mas não aceitou. Nas investigações que se seguiram, coordenadas pela autoridade judiciária, foi possível identificar 66 suspeitos de vários países.
Para além dos 10 detidos pela PJ na segunda-feira, as autoridades suspeitam ainda do envolvimento de três altos quadros da Caixa de Crédito Agrícola do Alto Douro e de um funcionário do Millenium BCP de Linda-a-Velha.
A Polícia Judiciária confirmou em 08 de novembro a execução de 100 mandados de busca e 10 detenções, incluindo de militares e ex-militares, no âmbito da Operação Miríade, na sequência de um inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.
Em causa está a investigação a uma rede criminosa com ligações internacionais e que "se dedica a obter proveitos ilícitos através de contrabando de diamantes e ouro, tráfico de estupefacientes, contrafação e passagem de moeda falsa, acessos ilegítimos e burlas informáticas".
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Em comunicado, o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) revelou que alguns militares e portugueses em missões na República Centro-Africana podem ter sido utilizados como "correios" no tráfego de diamantes, adiantando que o caso foi reportado em dezembro de 2019.