Ricardo Mexia adianta que a estabilização dos indicadores não chega para "avançarmos com mais confiança para uma redução das restrições".
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A Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública defende que a evolução da pandemia não é razão para começar a reabrir a economia. O presidente, Ricardo Mexia, detalha, em entrevista à TSF, que os novos doentes não diminuíram como se esperava.
O especialista sustenta que, "do ponto de vista epidemiológico, a evolução da situação não foi no sentido de uma redução clara do número de casos".
Ricardo Mexia adianta que "tivemos uma estabilização dos indicadores, seja o número de novos casos, seja o número de internamentos e da mortalidade, até com uma ligeira descida, mas não tanto como teria sido útil para nós avançarmos com mais confiança para uma redução das restrições".
O representante dos médicos de saúde publica diz que é preciso avançar com outras medidas que compensem a reabertura da economia e o previsível aumento de doentes: "Vamos ter de reforçar a resposta do ponto de vista quer da deteção, do teste, do diagnóstico e do tratamento dos casos e uma identificação muito rápida dos seus contactos por forma a que consigamos colocá-los em quarentena e reduzir o potencial de transmissão da doença."
Para reabrir o país, é preciso reforçar meios, por exemplo, na saúde, para responder à subida de contágios.
"Todos os componentes do sistema têm de estar aptos a responder a esse potencial aumento. Falo, por exemplo, na área da saúde pública. Nós temos os profissionais a trabalhar de forma praticamente ininterrupta há várias semanas. Vamos ter de dotar estes serviços dos recursos necessários para poderem fazer, por um lado, a identificação dos casos e, por outro, fazer a vigilância ativa de todos os casos e dos contactos próximos desses casos", remata.