Museu do Holocausto: honrar os que morreram e os que salvaram vidas

É o primeiro Museu do Holocausto na Península Ibérica e abre ao público esta segunda-feira. Uma iniciativa da Comunidade Judaica do Porto.

No Museu do Holocausto podemos ver desde uma reprodução dos dormitórios de Auschwitz, assim como fotografias e um memorial. Hugo Vaz, o curador do Museu do Holocausto do Porto, explica que o Museu está dividido em três grandes áreas. "Uma primeira repleta de vida e que tenta simbolizar a vida antes do Holocausto; uma segunda fase e que se caracteriza por espaços mais mortos e que representam o Holocausto e no final terminamos novamente com luz e que simbolizam a vida e a reconstrução da vida". À entrada o visitante vê carris marcados no chão, que conduzem até à entrada do campo de concentração Auschwitz-Birkenau e onde lemos a frase "Arbeit macht frei" (o trabalho liberta).

"É importante ressalvar que por mais realistas que os museus ou as exposições procurem ser nunca vamos conseguir sentir o que sentiram à época e é importante repetir sempre isto. Temos uma entrada imponente e logo a seguir a entrada de uma das barracas e uma área explicativa do que eram esta industrialização da morte e desumanização. Queremos obrigar o visitante a pensar, como chegamos aqui e o que levou a isto e a partir daqui o que veio depois...Temos vídeos, muitos registos fotográficos, todos verdadeiros e enviados por diversas estruturas museológicas em todo o mundo", explica Hugo Vaz.

Atravessamos as camaratas e chegamos a um memorial. "Uma sala que convida ao silêncio e à reflexão, tem dezenas de milhares de nomes nas paredes e pretende representar os seis milhões de judeus mortos durante a Segunda Guerra Mundial."

Numa segunda área do Museu do Holocausto encontramos uma parte narrativa histórica e aquilo que a cidade do Porto e Portugal ao tema. Temos centenas de fichas de refugiados que passaram pelo Porto e que receberam o apoio da comunidade judaica do Porto. Quisemos pela primeira vez mostrar documentos que tínhamos no nosso arquivo".

Ao longo da exposição vamos vendo vídeos, fotografias e documentos oficiais. Além da memória das vítimas, há ainda referência a quatro portugueses que ajudaram a salvar judeus durante a segunda Guerra Mundial. "Destacamos Aristides Sousa Mendes, mas temos Sampaio Garrido, José Brito Mendes e o padre Joaquim Carreira", explica Hugo Vaz.

A visita ao Museu termina num espaço luminoso, onde se destaca uma árvore e um espaço polivalente que pode ser usado para exposições temporárias, mesas redondas, etc. O curador do Museu do Holocausto sublinha que "esta é uma exposição para todos, queremos que haja vida para perceber o que foi, evitar que volte a acontecer e honrar aqueles que salvaram e os que perderam vida nesta catástrofe".

O Museu do Holocausto do Porto abre portas esta segunda-feira, tem acesso gratuito até junho e está aberto de segunda a sexta, entre as 14h30 e as 17h30.

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