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Pelo menos 35 pessoas foram, esta quarta-feira, detidas pela Unidade de Contraterrorismo e pelo DIAP de Lisboa por suspeita de tráfico de seres humanos, associação criminosa e branqueamento de capitais, avança a CNN Portugal e confirma a PJ em comunicado enviado às redações. Mais de 400 inspetores da Polícia Judiciária estarão envolvidos em 60 buscas no Alentejo.
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Alegadamente, está em causa exploração de trabalhadores estrangeiros, que se encontravam sob condições sub-humanas em território alentejano. Os suspeitos, com idades entre os 22 e os 58 anos, terão enriquecido com os ordenados das vítimas, pagos pelos empregadores.
Entre os detidos encontra-se uma solicitadora da vila de Cuba, que terá ajudado na criação de empresas fantasma e na falsificação de documentos.
Nos países de origem, as vítimas seriam atraídas com a promessa de uma vida melhor, tendo direito a casa, trabalho e salário garantidos. Contudo, tudo não passaria de uma armadilha de uma rede organizada que operava a partir do distrito de Beja, mas que também contava com membros do Leste da Europa, tal como da Índia, Paquistão ou Timor.
O esquema, agora descoberto pela Polícia Judiciária e o DIAP de Lisboa, esconderia um regime de escravatura. As vítimas ficavam logo em dívida com a rede na chegada ao território português, após a cobrança pelas viagens, logística e alojamento, que totalizava milhares de euros. Além disso, as famílias seriam constantemente ameaçadas de violência física.
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