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A Polícia Judiciária está sem diretores em três dos seus principais departamentos: na Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo, na Diretoria do Norte e na Unidade de Informação Financeira (UIF).
A situação, que em certos casos se arrasta há cerca de 6 meses, preocupa a Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária (ASFIC/PJ) que alerta para a falta de pelo menos mais dois diretores: o do departamento disciplinar e da unidade de armamento e segurança.
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"Numa unidade sem diretor falta quem a lidere e pode ficar em causa o bom funcionamento desses mesmos departamentos", detalha o presidente da associação, Carlos Garcia.
Na Diretoria do Norte, segundo a ASFIC, ainda há um subdiretor que passou provisoriamente a diretor interino, mas na Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo é um coordenador superior que está a desempenhar esse papel de forma interina.
A Unidade de Informação Financeira, recorde-se, tem como competências a investigação dos crimes de branqueamento, financiamento do terrorismo e dos crimes tributários.
Trabalho grátis
Carlos Garcia está, contudo, ainda mais preocupado com o estatuto profissional do pessoal da Polícia Judiciária que um decreto-lei do Governo previa que estivesse regulamentado a meio de 2020. Mais de um ano depois e toda essa regulamentação - nomeadamente sobre a organização do trabalho - ainda não foi publicada.
"Pode estar em causa, rapidamente, o bom funcionamento da PJ", diz o líder da ASFIC, que explica que sem esses regulamentos há "inspetores a trabalhar fora de horas sem receber".
"Trabalham de forma gratuita e voluntária", sendo "necessário que rapidamente se regulamente esta matéria. Nós trabalhamos por amor à camisola, mas também nos cansamos e estamos a ficar muito cansados desta situação", afirma.
Finalmente, a associação sindical dos inspetores da PJ alerta para outra limitação complicada no trabalho diário da polícia: a falta de instruções permanentes de serviço que normalmente regulam a organização e o funcionamento desses mesmos serviços.
A ASFIC sublinha que as instruções permanentes de serviço que existem estão desatualizadas perante a entrada em vigor do novo estatuto no início de 2020.
A TSF contactou na quinta-feira a PJ para perceber como é que a direção nacional responde a estas críticas, mas até ao momento não obteve resposta.
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