Preocupação, tristeza ou ansiedade no regresso ao trabalho? Pode ser a síndrome pós-férias

Em declarações à TSF, a psicóloga Teresa Espassandim fala num "conjunto de sensações" que duram apenas alguns dias. Uma maior qualidade do sono e a prática de atividade física são algumas das estratégias para que o regresso ao trabalho seja "menos penoso".

O regresso ao trabalho, após as férias, pode ser um período marcado por sentimentos de tristeza e alguma ansiedade. A culpa pode ser da síndrome pós-férias. Em declarações à TSF, a psicóloga Teresa Espassandim explica que "não se trata de uma perturbação mental ou de uma doença, mas sim de um conjunto de sensações" que podem gerar preocupação ou desânimo.

Na base podem estar "as lembranças do que se deixa para trás em termos de rotinas e a antecipação de um novo ciclo de trabalho ou de escola, o que exige uma adaptação. O que podemos encontrar em algumas pessoas é preocupação, pensamentos recorrentes daquilo que era bom e que termina e que algo menos bom vai surgir, maior pessimismo, alterações nos padrões de sono, porque estamos a mudar de rotinas e não somos tão automáticos quanto gostaríamos de poder ser. Devemos também sentir algum humor mais triste, sentimentos mais prevalentes de tristeza", afirma à TSF Teresa Espassandim, enumerando ainda outros sintomas como a ansiedade, maior irritabilidade ou angústia.

A síndrome pós-férias pode durar até uma semana, dado que a "maior parte das pessoas adapta-se bem passado uns dias e estas sensações depois acabam por desaparecer".

"Não é comum observarem-se perturbações de saúde mental a partir de um período pós-férias. Sentimentos de tristeza que perduram além de três semanas e que estão associados a outros sintomas podem indiciar o desenvolvimento de um quadro depressivo, mas não porque se regressou ao trabalho. Simplesmente, pode haver características no trabalho que até já existiam previamente, juntamente com as vulnerabilidades individuais, que façam com que o regresso seja mais doloroso e seja vivido com mais pesar ou pode ser o ativar de sensações que ficaram em suspenso pelo afastamento do local de trabalho. Nesse sentido é preciso estar atento", alerta.

A especialista deixa algumas estratégias para preparar melhor o regresso ao trabalho. "Ter consciência de que se está a atravessar uma fase e que, em princípio, como em todos os anos anteriores a pessoa foi capaz de se adaptar. Lembrarmo-nos daquilo que já fomos capazes de fazer é uma estratégia, ajuda-nos a dar esperança ao momento que está a ser custoso", assegura.

Um sono com mais qualidade e a prática de atividade física também podem ajudar. A psicóloga destaca alguns exemplos: "salvaguardar uma transição para um sono compatível com o número de horas suficientes de sono de qualidade, sair numa estação de metro anterior, não optar muito pelo elevador ou assegurar uma caminhada à hora de almoço ou fim do dia. Manter um certo nível de atividade que estava a acontecer nas férias." São estratégias que ajudam a "sermos mais otimistas e a perspetivar o futuro de uma forma mais realista e menos ameaçadora".

As empresas também devem facilitar o regresso de férias dos trabalhadores. A psicóloga Teresa Espassandim dá algumas dicas: "Ajudar os colaboradores a prepararem a ida para férias é também preparar o regresso. Distribuir trabalho e assegurar que as pessoas estão de férias descansadas e não são interrompidas. O regresso é menos penoso para o trabalhador que não fica a pensar nas centenas de e-mails que tem para responder quando regressa."

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de