
Igor Martins/Global Imagens (arquivo)
No Parque da Cidade, decorrem os últimos preparativos para a Queima das Fitas do Porto. Foram dois anos sem festa por causa da pandemia. Mas a celebração dos estudantes vai regressar já este domingo, numa edição comemorativa dos 100 anos. Por isso, as expectativas são muitas, mas também o trabalho da organização.
A reconfiguração do recinto é já bem visível. No Queimódromo, os palcos virados para o mar afastam o ruído das casas. Até à zona sanitária lá ao fundo, as rulotes com incentivos à redução do desperdício e as barraquinhas quase prontas envolvem um espaço de restauração alargado.
A dois dias do início da festa, o cansaço já se sente. Mas, ainda assim, os ânimos não recuam. Na barraca do ISCAP, o presidente da associação de estudantes, Daniel Pinto, descreve que, no recinto, o ambiente reflete "um espírito de orgulho pelo que estamos aqui a fazer. Também acho que só assim é que se consegue ir buscar energia para fazer este pré-queima, a queima e o pós-queima." Mas ali também se sente "ansiedade (...) entre toda a gente. Ou seja, faltam dois dias - estamos aqui em contagem decrescente". E acrescenta que "toda essa parte arruma com o cansaço e estamos, mais do que cansados, ansiosos para que a queima comece e felizes por termos voltado ao nosso ponto de encontro."
As barracas são, de resto, os principais locais de consumo de álcool na festa académica. Por isso, a prevenção de comportamentos de risco passa a ser também ali uma preocupação. Catarina Martins, estudante de enfermagem na Universidade do Porto, explica a missão da barraca S.O.S.:
"Obviamente que há sempre excessos, principalmente agora que é uma Queima que nós tanto ansiávamos (...) mas, em articulação com a FAP, estamos preparados para isso e, portanto, os alunos de enfermagem da escola superior vão estar em peso a tentar ajudar".
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Sustentabilidade, conforto e segurança são o lema para a cooperação entre os voluntários que trabalham para esta edição especial. Apesar de haver menos barracas, não faltam iniciativas para assinalar o início do segundo centenário. Está em causa uma mudança de paradigma, como explica a presidente da Federação Académica do Porto e responsável pela organização, Ana Gabriela Cabilhas.
"Vamos ter aqui também, no Queimódromo, uma exposição que relembra toda a história associada desde 1920 até aos dias de hoje. E, portanto, vamos lançar precisamente o mote de que os próximos 100 anos da Queima das Fitas começam hoje, acima de tudo, também para denotar toda a responsabilidade social que está aqui envolvida. Temos 500 estudantes voluntários preocupados e com uma consciência ambiental, uma consciência para os comportamentos de risco, para a sua prevenção e também com uma postura de conseguirmos olhar o outro e termos estruturas de proximidades que consigam trabalhar de estudantes para estudantes".
Para além destas e muitas outras novidades, a organização promove também a recolha de alimentos para a plataforma de solidariedade Somos Todos Ucrânia.
Como já é hábito, haverá serviço especial de transportes assegurados pela STCP e Metro do Porto. De 1 a 7 de Maio, no Parque da Cidade comemoram-se os 100 anos da Queima das Fitas no Porto.