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As urgências de obstetrícia do Hospital Garcia de Orta reabriram às 8h30 desta quinta-feira, garantiu à TSF fonte do serviço de saúde de Almada. O Conselho de Administração do hospital admitiu, esta quarta-feira, que tem uma escassez de médicos especialistas em Ortotraumatologia e Ginecologia e Obstetrícia.
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O hospital esteve sem atendimento urgente de ginecologia e obstetrícia durante o dia de quarta-feira e as 08h30 desta quinta-feira e de ortotraumatologia até às 20h00 de quarta-feira.
Numa resposta enviada à Lusa, cerca de 60 médicos denunciaram as condições do serviço de urgência na resposta à população. O Conselho de Administração (CA) explica que qualquer imprevisto que impossibilite um dos profissionais de se apresentar ao serviço condiciona o normal funcionamento da urgência dessas especialidades.
Entretanto, durante esta quarta-feira, o Hospital Garcia de Orta divulgou um aviso aos utentes, no qual informou que estaria sem atendimento urgente de ginecologia e obstetrícia até às 08h30 de quinta-feira.
O HGO serve atualmente uma população estimada em cerca de 350 mil habitantes de Almada e Seixal, concelhos dos distritos de Setúbal.
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Relativamente à missiva assinada por chefes de equipa, médicos especialistas e internos do serviço de urgência do Hospital de Almada, tornada pública esta quarta-feira pelo Sindicato Independente dos Médicos, o Conselho de Administração daquela unidade de saúde refere que se encontra em permanente diálogo com as Direções dos Serviços de Urgência e de Medicina Interna e com a Equipa de Gestão de Camas.
Jorge Roque da Cunha, presidente do Sindicato Independente dos Médicos, sublinhou, à TSF, que não é solução, por exemplo, dizer às grávidas para irem até outros hospitais que também não têm recursos.
"Este problema é tal que, quando é dito que as grávidas devem ser dirigidas a outros hospitais, há hospitais que não têm condições. O Hospital de Setúbal, por exemplo, no mês que passou foram mais os períodos em que esteve sem capacidade de receber grávidas do que aqueles em que pode receber e as maternidades de Lisboa também estão sob pressão. Temos aqui um problema seríssimo e apelamos seriamente ao Ministério da Saúde para que encontre soluções e não tente ocultar este problema. Quem sofre mais são os mais desfavorecidos, mas até mesmo as pessoas com mais meios, e que pagam muitos impostos, também têm direito a recorrer ao Serviço Nacional de Saúde", explicou.
Os médicos consideram ser urgente uma resposta e um plano, admitindo que estão no limite "de tudo o que é razoável".
"A nossa capacidade para tolerar esta situação termina agora. Não queremos compactuar com esta situação e, como tal, transferimos desde já a responsabilidade para o Conselho de Administração", frisam.