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Na serra do Caldeirão, no Sítio da Cortelha, onde Deodato Cavaco tem a sua plantação de medronheiros, o terreno é acidentado. O agricultor plantou há sete anos cerca de 120 mil medronheiros numa área de 120 hectares. A seca está a dar cabo da produção.
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"Isto para se desenvolver precisa de água, se não chover em agosto ou setembro estes medronhos nem para jogar ao berlinde servem", afirma o produtor.
Ouça a reportagem da TSF.
Por enquanto o agricultor ainda brinca mas os tempos são mais de tristeza. Esta planta que dá o fruto vermelho a partir do qual se produz a aguardente de medronho vive sobretudo da água da chuva. E se ela não cai, os terrenos vão ficando cada vez mais secos e os frutos não desenvolvem.
Ao pé de um arbusto já bem alto pega numa haste e explica que "o medronho é criado dentro desta carapuça" e "agora leva até outubro que é quando se irá apanhar e isto terá três fases". Os frutos crescem a ritmos diferentes na árvore e a apanha tem que ser feita também em três tempos desiguais, à medida que vão passando de verdes para amarelos e finalmente a vermelhos.
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Deodato Cavaco queixa-se de que já no ano passado a produção foi muito baixa. "Não choveu quando devia ter chovido, o fruto secou e a produção não chegou aos 50%", revela. O agricultor vê com dificuldade que a produção este ano possa vingar se não vier uma chuva persistente já nos próximos tempos.
"Era preciso uma chuva durante pelo menos uma semana para a água ficar na terra. Se só chover em abril e maio, estamos a falar de uma distância ainda de dois meses. Quando vier essa altura já estará tudo seco", sentencia.