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O presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos afirma que já existe uma "situação de rutura" nos hospitais, sublinhando que é preciso evitar uma "catástrofe". Por isso, João Gouveia defende um novo confinamento, para conter as cadeias de transmissão.
"Rutura já existe a partir do momento em que temos de parar a atividade normal para dar resposta a outro tipo de atividade. Neste momento, falta-nos resposta para evitar uma situação de catástrofe", teme João Gouveia.
O responsável, que coordena a resposta à Covid-19 em medicina intensiva, defende que o confinamento geral é essencial. "Tem de haver um distanciamento físico efetivo com redução na transmissão e isso obriga ao encerramento de estabelecimentos, teletrabalho obrigatório, redução da mobilidade ao mínimo."

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O Centro Hospitalar e Universitário do Algarve acionou a fase 4 de contingência e anunciou a abertura de uma centena de camas no hospital de campanha, que será instalado na Arena de Portimão. Trata-se de um reforço da capacidade hospitalar para dar resposta ao número crescente de novos casos que exigem internamento.
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O objetivo é "ganhar algum tempo, aumentando toda a capacidade disponível em termos de assistência aos doentes, seja em enfermaria, seja de medicina intensiva, mas é preciso atuar a montante e conseguir controlar a situação em termos de transmissão para que não haja este número de doentes", explica Jão Gouveia.
O presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos antevê que, além do Algarve, é natural que se abram mais hospitais de campanha noutras regiões do país. "É natural que ao manter-se o número elevado de novos casos, haja um esgotamento de recursos", afirma.

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