A UGT vai comemorar o dia do trabalhador online. Carlos Silva elogia o governo pelas medidas que tem tomado para fazer face à pandemia mas deixa um aviso: os trabalhadores não aceitam mais austeridade.
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O líder da UGT "tem a certeza de que este dia vai ficar na memória, porque é um dia de festa e de reivindicação e a sua comemoração apesar de vivermos um momento difícil, obriga a alterações de forma, mas todos vão ficar na memória com a comemoração deste ano. Não é na rua, mas nas redes sociais, é algo atípico mas esperemos que em 2021 possamos voltar à rua. Vai ficar na memória de todos pelas extraordinárias dificuldades com que estamos a viver por causa do coronavírus".
A mensagem deste Dia do Trabalhador "vai lembrar os trabalhadores, o país, os empresários, o governo, para as dificuldades que os trabalhadores estão a viver neste momento".
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Carlos Silva sublinha que "em momentos excecionais devia haver um comportamento e excecional de quem é empregador e o que verificamos é que a pandemia em Portugal tem levado muitos empresários que com poucos escrúpulos, assim que puderam, despediram os trabalhadores, encerrando empresas."
"O grande impacto desta crise é o crescimento do número dos desempregados, os trabalhadores precários, há um esforço suplementar que todos temos que fazer. São muitos os trabalhadores que tendo perdido emprego vão de forma envergonhada pedir ajuda ao Banco Alimentar. A situação é dramática e este 1 de Maio serve de apelo à consciência cívica e cidadania a para que todos os que possam ajudar não deixem de o fazer. Estado não se pode demitir desta responsabilidade, mas é preciso fazer este apelo a todos", sublinha.
Para Carlos Silva as medidas adotadas pelo governo são globalmente positivas, destaca a sintonia entre os vários responsáveis políticos, empresariais e sindicais para encontrar a resposta adequada.
"O governo, dentro daquilo que são as dificuldades da economia, tem feito o que pode e não pode para acolher a todos, é fundamental que a Europa desta vez não fuja às suas responsabilidades como fez no tempo da troika! Impôs doses de austeridade que nos não voltamos a aceitar, não vai haver concertação social suficiente para que quaisquer medidas que cortem direitos ou salários... nunca terão o acordo da UGT ou do movimento sindical", assegura.
Carlos Silva recorda que tinha 12 anos quando participou pela primeira vez nas comemorações do Dia do Trabalhador: "Fui com o meu pai, na Alameda estava muita gente e ficou na minha memória que nunca tinha visto tantas pessoas juntas. Foi quando conheci pela primeira vez Mário Soares, vi-o ao longe, ficou-me gravado na memória e no coração."
"Nunca tinha ouvido falar no 1 de Maio e o facto de ter chegado ao cargo de secretário-geral de uma grande central sindical obriga-me a uma forte mobilização de mim próprio e dos portugueses para que esta data continue a ser um dia de luta e de festa dos trabalhadores. Este ano não há festa, mas a mensagem não pode deixar de ser passada", continua.
A UGT optou por não realizar qualquer iniciativa na rua e só vai comemorar o dia do trabalhador online. Dia 1, à meia-noite, a UGT vai ter no site mensagens de uma centena de dirigentes sindicais e de organizações internacionais.
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