A enxaqueca é a primeira causa de incapacidade abaixo dos 50 anos. Afeta sobretudo mulheres e 39% dos doentes não têm acompanhamento médico. Por outro lado, mais de metade dos doentes em tratamento diz-se insatisfeito.
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Atualmente existem terapêuticas preventivas comparticipadas pelo Serviço Nacional de Saúde, mas os doentes queixam-se que faltam consultas de especialidade onde só aí podem ser prescritos os novos medicamentos. Estas são algumas questões que serão debatidas na iniciativa que a TSF organiza na próxima quarta-feira, 31 de maio, no Museu do Oriente, e inserida na série "Vida Com Enxaqueca", que estará em antena nos próximos meses com o apoio da Teva.
A conferência vai juntar vários especialistas que diariamente lidam com a doença neurológica. O primeiro painel "A Enxaqueca, um problema de Saúde Pública" será apresentado pela presidente da Sociedade Portuguesa de Cefaleias, Raquel Gil Gouveia, seguindo-se a apresentação do estudo "Acesso aos Cuidados de Saúde na Enxaqueca e Cefaleias" por Madalena Plácido, presidente da MIGRA - Associação Portuguesa de Doentes com Enxaqueca e Cefaleias. Para dar a conhecer e aproximar o público desta realidade, haverá testemunhos de doentes diagnosticados com Enxaqueca.
O evento fecha com o debate "Caminhos para Melhorar os Cuidados de Saúde na Enxaqueca". Neste painel de debate participam, além de Raquel Gil Gouveia e Madalena Plácido, Jorge Hernâni-Eusébio, vice-coordenador do Grupo da Dor da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, e Helena Farinha, coordenadora do serviço farmacêutico do Hospital Egas Moniz de Lisboa.
Os sintomas
É na juventude e na idade adulta que a enxaqueca se manifesta com maior frequência, embora muitas vezes seja subdiagnosticada. Com o passar do tempo, a qualidade de vida pessoal, familiar, profissional e social é acentuadamente prejudicada, notando-se perda de produtividade e aumento de absentismo no local de trabalho ou escola.
Dor de cabeça acentuada, necessidade de ficar no escuro e em silêncio são características que comummente se associam à doença, mas os sintomas podem ir muito mais além. Associam-se a esta condição outras emoções e perturbações como ansiedade, depressão e pensamentos suicidas.
Como sublinha Madalena Plácido da associação de doentes MIGRA existe ainda uma "subvalorização da doença", pelo que é importante compreender que esta é, na verdade, "uma das doenças mais incapacitantes".
E a prevalência é enorme, reforça. "Se olharmos para as nossas sete pessoas mais próximas, provavelmente uma delas terá enxaqueca". No olhar de Marta González, diretora-geral em Portugal da multinacional farmacêutica Teva, dar visibilidade a este tema é de "importância vital e uma responsabilidade de todos, visto ser uma doença terrivelmente incapacitante".
A conferência "Acesso aos Cuidados de Saúde de Doentes com Enxaqueca" pode ser acompanha em direto, a partir das 9h30, em tsf.pt.
PROGRAMA DO EVENTO
9h30 | Abertura
Ricardo Alexandre, Diretor Adjunto da TSF
9h35 | Boas-vindas
Marta Gonzalez, Diretora-geral da Teva
9h45 | A Enxaqueca, um problema de Saúde Pública
Raquel Gil Gouveia, Presidente da Sociedade Portuguesa de Cefaleias
10h15 | Apresentação do Estudo "Acesso aos Cuidados de Saúde na Enxaqueca e Cefaleias"
Madalena Plácido, Presidente da MIGRA
10h45 | Vida com Enxaqueca, Testemunho de um Doente
11h00 | Coffee Break
11h20 | Caminhos para Melhorar os Cuidados de Saúde na Enxaqueca
Moderação: Carlos Raleiras, jornalista TSF
Painel de debate: Raquel Gil Gouveia, Presidente da SPC | Jorge Hernâni-Eusébio, Vice-coordenador do Grupo da Dor da APMGF| Helena Farinha, Coordenadora do Serviço Farmacêutico do Hospital Egas Moniz | Madalena Plácido, Presidente da MIGRA
12h45 | Encerramento
Sónia Dias, Diretora Escola Nacional de Saúde Pública