E tudo a chuva levou
Há histórias que não se esquecem. Acontecimentos que não se passaram connosco, mas que nos marcam. Que marcam o país. As cheias de 1967 são um desses acontecimentos. 50 anos depois, ainda há quem se lembre como se tivesse sido ontem.
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Foi na noite de 25 para 26 de novembro que se deram as cheias de 1967. Entre as 19h00 e as 00h00,de Cascais a Alenquer, a chuva atingiu os 170 litros por metro quadrado, registando-se um quinto da precipitação verificada ao longo do ano. Apenas nessa noite, 20 mil casas foram destruídas e estima-se que o número de mortos tenha chegado aos 700. Foram lares que se perderam e vidas que a chuva levou.
Porque esta é uma história que vale a pena ver e ouvir, a exposição ficará patente até dia 5 de abril de 2020, sendo a entrada gratuita.
E é precisamente para homenagear estas vidas que inaugurou este sábado, dia 30 de novembro, a exposição "Cheias de 1967", em Vila Franca de Xira. A exposição, que tem lugar no espaço "Celeiro da Patriarcal", tem como objetivo prestar homenagem a todas as vítimas, principalmente às de Vila Franca de Xira - uma das zonas mais afetadas pela chuva e pela subida das águas do rio Tejo.
Além de servir de merecida homenagem a quem perdeu a vida e a quem, sobrevivendo, terá perdido muito daquilo que definia a sua razão de viver, a exposição "Cheias de 1967" é um espelho da realidade que se vivia naquele período, uma forma de mostrar como era Portugal antes da catástrofe e como evolui até se transformar naquilo que é hoje em dia.
Para além de um relembrar, um manter vivas as memórias desta noite, o propósito é evitar que algo do género volte a acontecer.