Mais do que conversas: "A Degenerescência Macular da Idade é considerada uma das principais causas de cegueira na população com mais de 50 anos de idade, em todo o mundo"
A degenerescência macular da idade pode levar a uma perda irreversível da visão central, se não for identificada e tratada precocemente. Assista à primeira edição do painel "Mais do que Conversas", dedicada à oftalmologia.
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A degenerescência macular da idade (DMI) é uma doença progressiva associada ao envelhecimento que se caracteriza pela perda de visão central. Esta doença pode avançar de forma lenta e ser praticamente assintomática, ou progredir rapidamente, podendo conduzir a uma perda súbita da visão central, de um ou dos dois olhos. Para falar deste tema e alertar para a importância de um tratamento precoce, a primeira edição da iniciativa Mais do que Conversas, uma parceria da TSF com a Bayer, contou com a participação do Dr. João Pedro Marques, oftalmologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e na Unidade de Oftalmologia de Coimbra (UOC), e também com Maria Fernanda Santos, a quem foi diagnosticada esta patologia.
"Cerca de 8% a 10% da população sofre de uma doença oftalmológica chamada de degenerescência macular da idade. Esta doença tem várias fases: em fases iniciais, a doença pode ser totalmente assintomática; nas fases intermédias, as pessoas podem notar algumas limitações na forma como observam os objetos e as pessoas", explicou o Dr. João Pedro Marques, que acrescentou que as limitações passam por uma visão desfocada e distorcida, por pequenas manchas no campo visual que não permitem, por exemplo, ler uma palavra completamente, e por dificuldades na transição entre ambientes escuros e claros. Por último, nas fases avançadas "há mesmo uma perda substancial de visão, as pessoas aí têm uma limitação muito grande e percebem que, de facto, algo não está bem com a sua visão".
Maria Fernanda Santos sofre desta doença e nunca voltará a ter uma visão a 100%, mas o facto de ter atuado com relativa rapidez jogou a seu favor: "Comecei a ver imagens deformadas, flashes de luzes, via as cores rosa, azuis, as imagens perdiam cor e não conseguia ler legendas", relembrou, foi aí que procurou ajuda.
"O tempo desde o diagnóstico até à instituição do tratamento é fundamental", afirmou o oftalmologista. Não existe cura para esta doença, mas existe tratamento, uma injeção no olho que deve ser feita todos os meses nos primeiros três meses da doença e que depois é adaptada consoante o doente: "É um regime personalizado, em que vamos estendendo o intervalo ou diminuindo o intervalo, consoante a atividade da doença", explicou.
O principal fator de risco para a DMI é, como o nome indica, a idade. Contudo, também há fatores genéticos a contribuir para o seu desenvolvimento. Tanto a idade como a genética são fatores de risco não modificáveis mas há formas de prevenir a progressão das fases mais precoces ou intermédias para as mais avançadas. A suplementação com determinado tipo de vitaminas permite reduzir a progressão em cinco anos. Mas importa acrescentar que "muita dessa suplementação consegue ser adquirida através de uma alimentação saudável e a dieta mediterrânica que nós temos, felizmente, é muito rica nesse tipo de ingredientes", concluiu o Dr. João Pedro Marques.
Veja o painel na íntegra acima.