O mote da cidade de Washington, "Justiça para Todos", podia muito bem ser alterado. A cultura, as artes, as várias vertentes do lazer, também estão democraticamente espalhadas nesta cidade emblemática
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A Casa Branca e o Capitólio são as imagens icónicas que representam a capital dos Estados Unidos da América, mas a verdade é que a cidade de Washington, para além de ser o epicentro do poder legislativo desta superpotência, também é um enorme centro de artes, um caldeirão cultural que merece ser descoberto.
Numa cidade formada originalmente num quadrado com pouco mais de 15 quilómetros de cada lado, é possível encontrar uma conjugação entre a herança do Velho Mundo e a modernidade de uma nação que se obriga a si mesma a ser um modelo da inovação. Na Galeria Nacional de Arte, por exemplo, pode ser visto o único quadro pintado por Leonardo da Vinci presente no Hemisfério Ocidental, a par com mais de 100 mil obras que vão desde a Idade Média até aos artistas contemporâneos. Nos jardins do museu, várias esculturas do período Pós Segunda Guerra Mundial, de artistas conceituados como Roy Lichtenstein, enquadram na perfeição o ringue de patinagem aberto no inverno, ou a fonte que refresca os dias de verão. A poucos passos da Casa Branca, a Galeria Corcoran, a primeira galeria de arte a abrir as suas portas na cidade de Washington e que é hoje mundialmente reconhecida, mostra o que de melhor se fez no século XX nos campos da pintura, escultura e fotografia, exibindo obras de Monet e Degas, entre muitos outros nomes sonantes.
Arte no palco e no prato
Mas não é só nas paredes dos muitos museus e galerias que Washington apresenta argumentos de peso para uma visita. Apenas ultrapassada por Nova Iorque, Washington tem uma enorme oferta de artes performativas. Com cerca de 65 teatros espalhados pela cidade, é impossível não encontrar algo que faça vibrar os apaixonados pelas artes do palco. Para além dos óbvios, como o Centro J. F. Kennedy, existem cada vez mais companhias de teatro irreverentes, como a Woolly Mammoth ou o Signature Theatre, este último destacando-se pelas suas produções baseadas em trabalhos de Stephen Sondheim, considerado o mais talentoso escritor de musicais da sua geração e responsável por West Side Story e Sweeney Todd (entre muitas outras obras).
Washington D.C. É também - e cada vez com maior fulgor - sinónimo de comida de grande qualidade. São vários os chefs de calibre mundial que escolheram a District of Columbia (é o significado de D.C., para os mais distraídos) como lar para as suas artes culinárias. Desde as raízes espanholas do chef José Andrés e dos seus vários restaurantes e minibar, até à comida de fusão do Rose's Luxury e a New American Cuisine pela qual muitas pessoas esperam na fila para os restaurante Komi e Little Serow da estrela em ascensão Johnny Monis, existe sempre um prato que vai deixar feliz o mais exigente dos apaixonados por boa cozinha, da mais requintada até à comida de rua mais sincera.
A verdade é que esta é uma cidade muito mais vibrante do que aquilo que nos chega através das telas de cinema. Para além do mármore branco dos seus monumentos mais conhecidos e do navy blue dos fatos dos políticos, existem muitas outras cores, muitos outros sabores, experiências para viver. Não existe uma época mais favorável para visitar a capital dos Estados Unidos mas para os portugueses a data mais relevante no que diz respeito a esta cidade vibrante será o dia 26 de maio, altura em que Lisboa estará ligada a D.C. pela rota aérea da United Airlines, facilitando - e muito - a escolha do próximo destino de férias.