No Dia Nacional da Água, destinado a refletir sobre os recursos hidrológicos, a TSF foi conhecer um sistema de abastecimento que faz chegar a água do rio às torneiras das nossas casas.
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Desde a captação, a água é sujeita a vários processos de tratamento antes de entrar no sistema de distribuição.
A Vimágua (empresa que abastece os concelhos de Guimarães e Vizela) foi pioneira na criação de um sistema de desinfeção por ultrafiltração, capaz de filtrar vírus e bactérias e prepara-se para fazer novos investimentos para reduzir o recurso a produtos químicos.
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A captação da água, a partir do Rio Ave, é feita em "subleito". "Fazemos a captação por baixo da areia do leito do rio, o que faz com que essa areia funcione como um filtro natural", revela Costa e Silva, presidente da Vimágua.
O próximo passo para adequar a água para consumo humano recorre a uma das tecnologias mais recentes, com vantagens sobre o processo mais comum em Portugal, de coagulação e floculação, que consiste na adição de sulfato de alumínio ou de outra substância química que assegura a aglutinação de partículas em suspensão e a formação de lamas que são depois encaminhadas para aterro.
Na Estação de Tratamento de Prazins, Santa Eufémia, em Guimarães, a água é introduzida sob pressão num conjunto de módulos cilíndricos para que as membranas no interior (filamentos de polímeros) possam executar a filtração. "O que acontece é a que as moléculas de água passam pelos poros microscópicos, ao contrário das partículas em suspensão que conduzem à turvação da água, porque são demasiado grandes, assim como as bactérias e os vírus", explicou à TSF Costa e Silva.
Também os microplásticos, detetados na água da torneira em vários países, a existirem no Rio Ave, são travados por aquele sistema, assegura o responsável.
Esta tecnologia por ultrafiltração permite reduzir o recurso a produtos químicos mas não elimina a injeção de cloro: "A Vimágua tem 1360 quilómetros de condutas, dezenas de reservatórios, dezenas de hidropressores e em qualquer destes pontos há o risco possível de haver alguma contaminação. Portanto, a presença de cloro residual na água é uma questão de salvaguarda e de segurança", justifica o presidente da Vimágua.
Os períodos de seca prolongada são uma preocupação crescente. No início do ano, a reserva da albufeira de Guilhofrei, em Vieira do Minho, chegou a estar em 33%. "Aquilo, de facto era assustador", desabafa. Para reduzir as perdas de água e consumos abusivos, a Vimágua prepara-se para desenvolver o sistema de telegestão, para que se possa atuar mais rapidamente sempre que há desvios ao longo da rede que leva a água a casa dos quase 70 mil utilizadores.