Uma jovem de 16 anos foi aplaudida por Bono Vox, vocalista dos U2, no final de um discurso. Greta Thunberg quer que o mundo (re)pense as políticas ambientais.
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Greta Thunberg era apenas mais uma adolescente sueca preocupada com assuntos globais, como as alterações climáticas. De um dia para o outro, a jovem ativista de 16 anos passou a ser conhecida e reconhecida pelos argumentos e pensamento, através das suas redes sociais e ações, depois de uma mediática intervenção em Davos, no palco mundial que juntou importantes nomes da vida política, social e económica transnacional, e onde se debateram as mais pertinentes e importantes questões ambientais da atualidade.
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Depois de viajar 32 horas de comboio até à Suíça, Greta discursou e culpabilizou "algumas pessoas, algumas empresas, alguns legisladores em particular" pela atual crise ambiental.
Entre os presentes no debate de Davos, salientam-se o diretor executivo da Salesforce, Marc Benioff, o antigo presidente da Goldman Sachs, Gary Cohn, vários investidores e banqueiros, e ainda conhecidos nomes da música, como Will.I.Am e Bono Vox, o vocalista dos U2, que no final do discurso arrasador da jovem sueca se levantou e aplaudiu no momento, como refere a CNN.
"Eu acho que é de loucos e até estranho que pessoas venham para aqui em jatos privados para discutir alterações ambientais. Não faz sentido", afirmou a jovem, em declarações ao órgão de comunicação norte-americano, destacando que o objetivo da sua presença no Fórum de Davos se prendia com a chamada de atenção dos líderes e elites mundiais para o estado ambiental atual.
Após ter deixado de andar de avião, Greta trocou também as estadias em hotéis por tendas de campismo, independentemente das temperaturas dos locais que visita rondarem os vários graus negativos.
A ativista de 16 anos, depois de converter os pais a seguirem o seu exemplo, tenciona alargar o seu pensamento e influência, de modo a chegar aos deputados suecos, para que estes se alinhem com o Acordo de Paris.
"Eu disse-lhes que eles pertencem a esse grupo de pessoas que são responsáveis e que o futuro da humanidade está nas mãos deles. A minha mensagem é que se não nos preocuparmos com a crise ambiental e se não agirmos agora, então não haverá nenhuma outra questão pertinente no futuro", assegurou Greta.
Mas esta não foi a primeira vez que a adolescente sueca esteve debaixo dos holofotes. Já antes havia discursado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2018, em dezembro de 2018, na Polónia, ao lado do secretário-geral, António Guterres.
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Diagnosticada desde cedo com síndrome de Asperger, Greta Thunberg é já um exemplo e inspiração para inúmeros protestos e movimentos a favor da redução das emissões de carbono, de modo a contrariar o fenómeno das alterações climáticas.
Em agosto de 2018, a frequentar o nono ano de escolaridade, decidiu não frequentar a escola até se realizarem as eleições gerais da Suécia, em setembro do mesmo ano. Após as diversas ondas de calor e incêndios no seu país natal, a jovem decidiu iniciar o protesto junto ao parlamento sueco, durante o horário escolar, tentando alertar os políticos para que estes reduzissem as emissões de carbono, seguindo o estabelecido no Acordo de Paris. Este movimento ficou conhecido como "Skolstrejk för klimatet", greve da escola pelo clima, e continuou mesmo após as eleições suecas, despertando a atenção mundial. Inspirou igualmente protestos semelhantes que foram organizados em vários países europeus e também na Austrália.
A jovem ganhou ainda mais protagonismo após ter participado na manifestação "Rise for Climate", em frente ao Parlamento Europeu, em Bruxelas.
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