"Vocês conseguem ver as folhas? Acham que estão num ambiente onde abunda muita água doce?" João Afonso, do Centro de Ciência Viva de Tavira, faz as perguntas e mostra as plantas e a fauna aos alunos do 7.º ano.
Estamos no sapal, em plena Ria Formosa, num dia de muito vento. Os jovens, com idades entre os 12 e os 13 anos vão observando as aves. Aquela ali, é o quê? "É o colheireiro", responde alguém. "Veem o bico em forma de colher?".
Reportagem de Maria Augusta Casaca em pleno sapal da Ria Formosa, em Tavira.
Mais à frente, outra ave que anda à procura de comida no lodo."Têm o bico comprido e estão a apanhar invertebrados no lodo", explica a técnica.
O biólogo tenta chamar a atenção das crianças para a fauna e flora tão diversificadas nesta Ria e para as diferentes plantas que ocupam diferentes zonas do sapal." Como podem ver, ocupam espaços específicos. A spartina conseguem vê-la cá em cima?", "Não", respondem os jovens.
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Os miúdos querem provar as plantas com sabor a sal. "Ya, sabe a sal", confirma um.
Mais à frente vêm-se uns buraquinhos no lodo. "Que caranguejo é que fez aquilo?", questiona João Afonso, para explicar logo de seguida que é um caranguejo que esteve quase em extinção e que tem uma pinça comprida. "Chamam-lhe bocas escava-terra".
Nesta aula ao vivo, promovida pela câmara Municipal de Tavira e o pelo Centro de Ciência Viva, a vereadora do ambiente, Cristina Martins não quis faltar. Porque dar estes ensinamentos aos mais novos é essencial.
"Se eles estiverem próximos da natureza ganham uma sensibilidade diferente e despertam para a importância da fauna e da flora".
No final da aula, o Tomás percebeu que os caranguejos que viu estão quase em extinção por isso sai daqui com uma certeza. "Aprendi que não os devo matar. Aprendi também o que é o sapal. Muita coisa mesmo", garante o aluno.