O cenário é praticamente igual ao de uma aula convencional, a única diferença é que os professores são substituídos por alunos de 17 anos. A TSF foi conhecer o projeto Mais por Mais onde os alunos do 12.º ano substituem os professores nas aulas de apoio de Matemática e de Inglês.
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É na sala da biblioteca da Escola Secundária Miguel Torga, em Monte Abraão, que uma vez por semana são dadas as aulas de apoio de Matemática e de Inglês. O cenário é praticamente igual ao de uma aula convencional, a única diferença é que os professores são substituídos por alunos de 17 anos.
José Esteves é um dos alunos do 12.º ano que participa no projeto Mais por Mais. A média de 18 valores, a empatia e a capacidade para prender a atenção dos mais novos deram-lhe a oportunidade de ser "professor" antes do tempo. Confessa que sempre teve vontade de ajudar os colegas com mais dificuldades nas diversas disciplinas e lembra que esta "é, também, uma forma de conseguir rever a matéria e de ter melhores resultados", afirma.
O estudante de Economia acredita que este modelo, em que os mais velhos dão ajuda aos mais novos, permite uma aprendizagem de proximidade e, até certo ponto, mais simples.
"Acho que faz uma grande diferença ter esta idade (17 anos) e ainda andar na escola, porque há uma aprendizagem mais próxima. Não há vergonha em expor algumas dúvidas", sublinha. A mesma opinião tem Hugo Sousa, de 17 anos. "A ideia é, por exemplo, termos um grupo no WhatsApp porque é muito mais fácil para comunicarmos e para falarmos. O professor às vezes não consegue estabelecer essa relação".
A maioria dos alunos que recebe ajuda dos colegas mais velhos considera que as aulas de 45 minutos são mais divertidas e há mais vontade do que se fosse com um professor de verdade. Nádia, aluna do 8.º ano não tem qualquer dúvida disso: "com um professor também aprendemos mas só se ele explicar com paciência e repetir, repetir, repetir, porque há pessoas que não conseguem compreender logo à primeira".
Para a Nádia, o Mais por Mais está a dar resultado, tanto assim é que já subiu as notas. "Tinha notas baixas por falta de esforço, falta de motivação e falta de atenção".
"A partir do momento em que uma pessoa se predispõe a aprender, isso forçosamente vai ter resultados", afirma Maria José Romão, uma das coordenadoras do projeto.