Composta por 72 imagens, a exposição "O dever de memória - da infâmia à esperança" tenta dar a conhecer "a reação das pessoas, a evolução do território, acompanhar como é que as pessoas reagiram e voltaram ao quotidiano normal".
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Quinze de outubro de 2017 é um dia que permanece na memória de muita gente. É um dia de incêndios, de devastação, de morte e de dor. É um dia "para não deixar esquecer" e que deu origem a uma exposição de dois fotojornalistas que tem inauguração marcada para esta noite.
A mostra surgiu de um desafio lançado pela Câmara de Viseu aos fotojornalistas Adriano Miranda e Nuno André Ferreira e retrata não só o dia do fogo, como os seguintes, as semanas e os meses após a tragédia que abalou toda uma região e que deixou marcas profundas nos habitantes.
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Composta por 72 imagens, a exposição "O dever de memória - da infâmia à esperança" tenta dar a conhecer "a reação das pessoas, a evolução do território, acompanhar como é que as pessoas reagiram e voltaram ao quotidiano normal".
"Este projeto é um bocado para não deixar esquecer. Vamos no dia 15 de outubro de 2018 assinalar a data, como uma data a não esquecer, mas 2019, 2020, 2021, 2050 é para lembrar. Nunca se pode esquecer este dia", defende o fotojornalista Nuno André Ferreira.
Uma das imagens em destaque é a de um senhor de idade, de nome Francisco, com um cajado na mão, olheiras e a cara farrusca. A fotografia foi tirada no concelho de Vouzela no dia 16 de outubro de 2017 e foi capa do jornal Público no dia seguinte. O autor é Adriano Miranda, que ganhou com esse trabalho o prémio Gazeta.
"Aquela foto foi um símbolo dos incêndios, tornou-se viral", recorda o fotojornalista, que ainda tem bem presente na memória a conversa que teve com o senhor Francisco e o momento em que fixou a objetiva no homem que lhe disse era "tão feio" para lhe tirarem fotografias.
A exposição "O dever de memória - da infâmia à esperança" é inaugurada esta segunda-feira, pelas 21h00, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
A mostra vai estar patente na Quinta da Cruz, em Viseu, até ao final do ano e é acompanhada por um livro que foi escrito pelas mãos de vários jornalistas que cobriram os incêndios de outubro na região Centro.