A quantidade de dióxido de carbono que existe na atmosfera é "antinatural". Especialista alerta para a necessidade de medidas drásticas.
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A Gronelândia era maioritariamente verde, os níveis dos mares estavam 20 metros mais altos do que atualmente e ainda cresciam árvores na Antártida. Estávamos no Plioceno, há cerca de três milhões de anos, e foi a última vez em que a concentração de dióxido de carbono atingiu os níveis idênticos aos atuais.
Uma simulação feita em computador permitiu a investigadores do Potsdam Institute for Climate Impact Research, na Alemanha, perceber que a concentração de CO2 dessa altura era tão alta como a atual, o que veio reiterar as necessidades de mudanças drásticas.
O principal autor do estudo, Matteo Willeit, explicou à CNN que a quantidade de dióxido de carbono que existe hoje na atmosfera é "antinatural" e que as temperaturas médias globais estão a subir muito mais rápido do que em qualquer época desde o Plioceno.
O estudo demonstra que os níveis de CO2 não devem ultrapassar as 280 partes por milhão (ppm), mas atualmente encontram-se nas 410 ppm, um valor que tem vindo a aumentar.
O especialista deixa claro que os níveis de dióxido de carbono estão a contribuir para que a Terra alcance condições climáticas nunca antes experienciadas por seres humanos.
Willeit alerta ainda para o facto de, com temperaturas e níveis de CO2 a aumentar, o planeta Terra "mudar" e o nível do mar estar a aumentar. Como tal, o especialista reitera a necessidade de serem tomadas medidas drásticas para combater o aquecimento global.