A24 sem avisos luminosos e com menos limpa-neves será (ainda mais) perigosa no inverno
Autarca de Vila Real acusa o Governo de nada fazer para reverter os cortes na Autoestrada do Interior Norte.
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O presidente da Câmara de Vila Real alerta para a falta de segurança na A24, situação que se vai agravar com a chegada do inverno.
Em declarações à TSF, Rui Santos acusa o anterior Governo e o concessionário de terem feito um acordo "para poupar dinheiro" que previa "desligar [a iluminação] nos nós de acesso às localidades de toda a A24, reduzir os limpa-neves para metade, desligar os avisos luminosos que estão na autoestrada e acabar com os carros de assistência" durante a noite.
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A poupança em eletricidade na autoestrada que liga a A25 (em Viseu) à fronteira com Espanha (em Chaves) ronda os 300 mil euros por ano, mas "à custa dessa poupança colocam-se em risco aqueles que circulam na A24", lamenta.
O autarca acusa o atual Governo e todos os partidos de nada fazerem para mudar a situação.
O PCP e o Bloco de Esquerda nada dizem porque "não têm votos" a ganhar na região, "o PSD e o CDS como fizeram esta negociação estão calados".
Também Álvaro Amaro, presidente da Câmara Municipal da Guarda e autarca representante do Movimento pelo Interior, considera que o Estado não tem cumprido a sua função. "O Estado não tem feito o seu papel, e quem gere o Estado português são os governos", disse, em declarações à TSF.
O autarca afirma que o país tem assistido ao abandono flagrante dos territórios do Interior, que só recebem "medidas avulso". "Claramente, os territórios de baixa densidade [populacional] são hoje cada vez mais ignorados", contestou. "Só não vê quem não quer. A política assiste passivamente a esta situação, que é absolutamente desigual, injusta. Roça quase a imoralidade", defendeu o autarca da Guarda.
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O Movimento pelo Interior pede, por isso, ao Governo que junte todos os líderes políticos para, juntos, encontrarem soluções para que o Interior não continue esquecido.
A proposta passa por "sentar todos os líderes políticos à mesa". "São muito importantes políticas concertadas em que o interesse nacional se sobrepõe às lógicas políticas ou às estratégias internacionais. Se há algo que é transversal a todos os partidos deve ser a procura de igualdade de tratamento nos territórios.