"Não temos cidadãos de primeira e de segunda", diz o advogado de um dos detidos.
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Os advogados de dois dos arguidos detidos, há quase seis meses, por causa das agressões na academia do Sporting, em Alcochete, esperam que a libertação do antigo presidente do Sporting e do líder da Juve Leo seja um sinal de que o tribunal se prepara para libertar os outros 38 detidos.
Nuno Rodrigues Nunes adianta à TSF que recebeu com surpresa e "alguma revolta" a notícia das medidas de coação mais brandas contra Bruno de Carvalho e Nuno Mendes (conhecido por 'Mustafá'): "O natural era que os indiciados como mandantes tivessem a mesma medida de coação. Não acontecendo isso fiquei muito surpreendido", admite.
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O advogado acrescenta que "nem todos os arguidos terão o mesmo grau de culpa" e, no caso do seu cliente, sabe que "ele não fez nada e a culpa que tem é diminuta, mas isso não foi ponderado na aplicação da medida de coação".
Nuno Rodrigues Nunes diz que, para Bruno de Carvalho e Nuno Mendes, foi ponderado o facto de que não existirem fortes indícios, algo que não foi tido em conta para todos os outros arguidos.
O advogado conta que sentiu "alguma revolta". "Não temos cidadãos de primeira e de segunda", afirmou, apesar de acreditar que a decisão será um sinal de que, em breve, todos serão soltos.
Nuno Loureiro Coelho, advogado que representa outro dos arguidos detidos há quase meio ano neste caso das agressões de Alcochete, também disse à TSF que a decisão mais recente do Tribunal do Barreiro abre caminho a outras medidas de coação, que não apenas, como até agora, a prisão preventiva, sendo por isso uma "boa notícia".