RicFazeres é seguido no canal que tem no YouTube por quase 700 mil subscritores. É um dos mais populares no gaming nacional. Este ano decidiu despedir-se do Metropolitano de Lisboa, onde trabalhava há mais de uma década, para se dedicar em exclusivo ao mundo virtual.
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É num pequeno quarto cheio de bonecos, personagens de vídeo jogos e de bonés pendurados nas paredes que RicFazeres passa grande parte do dia. Em frente a cinco grandes ecrãs de computador joga em direto para milhares de jovens, a grande maioria adolescentes, com idades entre os 14 e os 17 anos.
"É aqui que me sinto bem, é aqui o meu mundo. Acabo por me refugiar atrás destes ecrãs e soltar a criança que sempre tive em mim", conta.
É desde sempre um apaixonado por videojogos e confessa que o que mais o entusiasma "são jogos com história, jogos que hoje em dia são obras de arte".
"Em criança, quando passava determinada fase do jogo, senti momentos em que dizia que gostaria de ter aqui o meu melhor amigo, o meu primo para partilhar isto, o meu pai e a minha mãe, que não ligavam nada a jogos e, hoje em dia, dou-me por muito feliz por ter milhares de pessoas do outro lado, com as quais eu consigo partilhar aqueles momentos que estou a viver num jogo."
RicFazeres confessa que acaba "por chorar em momentos mais tristes, rir com as personagens". "Tenho o privilégio de poder partilhar isso com os meus subscritores", admite.
Quando começou com o canal nunca pensou ter tanto sucesso. "O canal foi crescendo, quando percebi começámos a ser mil, dois mil, cinco mil, 10 mil, 15 mil e por aí a fora..."
O youtuber tem a noção de que influencia o comportamento de muitos adolescentes e vê esse facto com alguma preocupação.
"Eu acho que temos uma importância muito grande perante o público jovem, apesar de, em casa, serem o pai e a mãe que têm de fazer o trabalho e limitar o que os filhos consomem. Têm de saber o que eles fazem, o que eles veem. Eu, nos meus vídeos, tento não usar palavrões, explico-lhes sempre que têm tempo para verem os vídeos do Ric. Mostro-lhes a dedicação e o esforço que tive durante estes sete anos entre a minha atividade profissional e o YouTube", garante.
"Uma das coisas que mais me custa receber é um e-mail do pai ou da mãe a dizer: Ric, não sei o que fazer, o meu filho tem 14 anos e diz que quer deixar a escola para ser youtuber."
Nestes casos em concreto não sabe bem o que responder: "Se me perguntar qual é a minha profissão, eu não sei responder, já não trabalho no Metropolitano de Lisboa... vou dizer que sou youtuber? Eu sou criador de conteúdos, no YouTube, é isso mesmo!"