É uma das formas de responder ao problema levantado por um estudo agora divulgado, que diz que 90% dos profissionais de saúde consideram que os cuidados de saúde não estão devidamente organizados para responder às pessoas com doenças crónicas.
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Uma das áreas mais importantes para o tratamento da diabetes, diz José Manuel Boavida, presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, é a intervenção da comunidade. "As pessoas com diabetes vão ao médico e ao enfermeiro três ou quatro vezes por ano e todo o resto do tempo passam-no entregues à sua própria doença juntamente com a família", refere.
Por isso, esse apoio passa por "encontrar estruturas na comunidade que junte as pessoas", ou seja, "Casas da Diabetes", como espaços de entreajuda.
"Essa experiência já foi feita em muitas outras doenças, como os Alcoólicos Anónimos ou situações de cancro. Essas doenças precisam do enquadramento na sociedade, que ultrapassa a dimensão estrita dos profissionais de saúde", acrescenta o presidente da Associação Protetora dos Diabéticos.
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José Manuel Boavida, que é também endocrinologista, explica porque é que esse apoio é importante: "Quando não compreendemos como é que cada pessoa reage emocionalmente à doença, como a família o acompanha, quais são as suas forças e fraquezas, não podemos resolver isto só com medicamentos. "
Um estudo desenvolvido pela Associação Protetora dos Diabéticos com 227 profissionais de saúde conclui que 9 em cada 10 profissionais da área consideram que os cuidados de saúde em em Portugal não estão devidamente organizados para responder às pessoas com diabetes.