A Associação Zero acusa as autoridades espanholas de não estarem a cumprir os limites estabelecidos na Convenção de Albufeira assinada por Portugal e Espanha e pede uma melhoria do acordo.
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O apelo é feito no primeiro dia da reunião plenária da Comissão para a Aplicação e o Desenvolvimento da Convenção sobre a Cooperação para a Proteção e o Aproveitamento Sustentável das Águas das Bacias Hidrográficas Luso-Espanholas -- Convenção de Albufeira, onde participam os ministros do Ambiente de Portugal e de Espanha.
Segundo Francisco Ferreira da Associação Zero, os dados relativos ao ano passado revelam falhas no cumprimento dos caudais mínimos nos rios Tejo, Douro e Guadiana. No caso do Douro, "não foi respeitado o caudal integral anual para o ano hidrológico de 2016/2017. Ficámos com menos 300 hectómetros cúbicos".
Menos grave a situação registada no Tejo com "um ligeiro incumprimento semanal" registado no mês de setembro. Por fim, no Guadiana, o movimento ambientalista detetou falhas durante 30 dias nos caudais médios diários de "2 metros cúbicos por segundo" fixados na convenção.
O dirigente reconhece que na base deste incumprimento poderá estar a situação de seca severa e extrema que afeta, para além de Portugal, Espanha. O ambientalista sublinha no entanto que, nesses casos, terá que ser feita uma "notificação formal" e não se sabe se "Espanha o fez, ou não".
A Associação defende uma revisão dos limites estabelecidos na Convenção de Albufeira, em particular um aumento dos "caudais semanais" que deveria, de acordo com a opinião de "vários especialistas" ser o "dobro".
Francisco Ferreira sugere também que seja melhorada informação que consta do "site da convenção" já que, segundo o dirigente da Zero, "é impossível que a sociedade civil consiga olhar e confirmar o que se está a passar nos rios internacionais"