Um local em pleno Parque Natural da Ria Formosa vai passar a ser zona de treino dos fuzileiros do Destacamento de Ações Especiais. Ambientalistas falam em "atentado às áreas protegidas".
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A Associação ambientalista da Almargem está surpreendida com o anúncio feito no final de agosto pelo Chefe de Estado-maior da Armada. Numa deslocação à Ilha da Culatra, o Almirante Silva Ribeiro afirmou que para além de zona de treino para os fuzileiros, este será local para inativação de explosivos, para operações com embarcações de alta velocidade e para ali se exercitar o Destacamento de Ações Especiais.
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João Santos, dirigente da Almargem, pergunta como é possível compatibilizar atividades que se desenvolvem em pleno Parque Natural da Ria Formosa, como a pesca ou o turismo de natureza, com uma zona militar." É inadmissível", diz.
A Almargem admite apresentar uma queixa formal à Comissão Europeia se nada for feito para impedir a situação.
A base da marinha será colocada no núcleo dos Hangares, na Ilha da Culatra. Os ambientalistas questionam a coerência de deitar abaixo casas naquela ilha em nome do ambiente e depois instalar uma zona militar.
"Se a política do Ministério do Ambiente se baseia numa questão de renaturalização e de defesa do ambiente, onde é que esta situação é compatível com essa política?", questionam.
A Almargem espera explicações do Ministério do Ambiente para aquilo que considera ser "um atentado às áreas protegidas".
A Marinha anunciou que a nova base dos Hangares, na Ilha da Culatra começará a ser construída ainda este ano.