
José Xavier / Direitos Reservados
Tentar responder a grandes questões para o planeta e de que forma o aquecimento global está a transformar a Antártida, é o que tenta uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra.
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Como se estão a adaptar, ou não, os animais neste ponto do planeta, é uma das questões de partida, que estudantes de mestrado e doutoramento, que têm feito as expedições, levam consigo na bagagem.
Desde 1999, José Xavier já esteve na Antártida, pelo menos, uma dezena de vezes. Só no último ano realizou quatro expedições. Uma delas para perceber como estão presentes os metais pesados nos animais que povoam a Antártida, um local que se espera um paraíso e isento de poluição, o que não é verdade.
Numa entrevista conduzida pelo jornalista Miguel Midões, José Xavier salienta que uma das coisas que estes cientistas tentam perceber é porque a população de albatrozes, das maiores aves voadoras, está em risco de extinção.
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Na Antártida os peixes têm uma grande longevidade, 20 a 30 anos, e podem ter grandes dimensões e grande valor comercial. "Estamos a tentar estudar melhor a ecologia destes animais", explica. Para isso, têm sido recolhidas amostras de diferentes animais ao longo da cadeia alimentar marinha.
Outro dos ângulos em investigação prende-se com o papel das lulas no oceano antártico e por isso "temos estado a estudar a dieta de pinguins e albatrozes, tudo o que coma as lulas".
O que também tem levado a investigações por parte deste grupo de investigadores portugueses é o próprio "laboratório branco" e os seus níveis de poluição. "A Antártida tem níveis de metais pesados bastante grandes", adverte.
Na última expedição, José Xavier foi estudar o papel das lulas nos albatrozes da Nova Zelândia. "Não sabemos porque estão a declinar, mas vamos estudar a dieta das lulas, para saber como está relacionado com a sua disponibilidade e as condições climáticas", explica.
Também nesta última expedição à Antártida, os cientistas da Universidade de Coimbra, José Xavier, mas também José Queirós, capturaram e analisaram o maior polvo encontrado na Antártida até ao momento. Um polvo que ficará no Museu Nacional da Nova Zelândia ao lado da maior lula do mundo, conhecida como lula colossal.