Entrada aconteceu em setembro, mas desde então outros tantos funcionários foram para casa ou pediram transferência para outros trabalhos na Administração Pública.
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O reforço recente de 600 funcionários judiciais, uma das maiores carências dos tribunais portugueses, já foi anulado pelas aposentações e pedidos de transferência. O alerta é do Conselho Superior da Magistratura (CSM). O órgão que fiscaliza o trabalho dos juízes admite que as dificuldades nos tribunais continuam a ser muitas.
Com o novo mapa judiciário que arrancou há ano e meio, o órgão que gere o trabalho dos juízes ficou com a tarefa de acompanhar e medir, regularmente, o desempenho dos tribunais. À TSF, o vogal do CSM, Artur Cordeiro, explica que já receberam relatórios de todas as comarcas e os problemas são recorrentes.
Entre outros, "uma grande, grande insuficiência de meios humanos e materiais", com falhas ainda mais graves nas secções de comércio e execução.
Destaque para a enorme carência de funcionários judiciais. O recrutamento recente foi "praticamente absorvido pelos pedidos de reforma e transferências para áreas do Estado como a administração tributária, o que diluiu o seu efeito".
Sindicato confirma 'fuga' de funcionários judiciais
O Sindicato dos Funcionários Judiciais admite que nos últimos meses saíram perto de 500 funcionários dos tribunais depois de uma decisão que deu razão ao sindicato num conflito que tinha há anos com a Caixa Geral de Aposentações.
Fernando Jorge acrescenta que os 600 que entraram em setembro, num processo promovido pelo anterior governo à beira das eleições, já foram 'engolidos' pelos que se reformaram ou procuraram outros trabalhos no Estado.