Antigo ministro está disposto a pagar o que deve ao fisco, mas assegura que a filha, Bárbara Vara, não tinha conhecimento dos movimentos da conta.
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Armando Vara esteve presente, esta terça-feira, no Tribunal Central de Instrução Criminal, onde testemunhou a favor da filha, Bárbara Vara, e apresentou novos argumentos de defesa enquanto arguido no processo Operação Marquês.
O antigo ministro socialista admitiu, perante o juiz de instrução Ivo Rosa, que cometeu um crime fiscal ao ocultar rendimentos numa conta bancária na Suíça. Apesar de a conta estar em nome de ambos, Vara assegurou que a filha não tinha conhecimento das movimentações financeiras.
Durante a sessão de instrução, o antigo governante garantiu ainda que o milhão de euros em causa veio de trabalhos como consultor antes de ser administrador da Caixa Geral de Depósitos e não de subornos relacionados com o Resort Vale do Lobo e mostrou-se disponível para pagar o que deve ao fisco.
"Acho que o direito penal serve para censurar aquilo que uma sociedade considera intolerável e que uma filha tenha aceite figurar nas contas do pai porque o pai lhe pediu não é uma situação nem ilícita nem intolerável do ponto de vista social", esclareceu o advogado de Vara, Tiago Rodrigues Bastos, à saída da sessão que durou cerca de três horas.
Rui Patrício, advogado de Bárbara Vara desmentiu a tese do Ministério Público e esclareceu que "Armando Vara deu as explicações que já toda a gente deu neste processo relacionado com a nossa cliente, isto é, que Bárbara Vara não tem nada a ver com as contas nem com o dinheiro".
Na próxima sessão de instrução, dia 25 de fevereiro, será ouvida Sofia Fava, ex-mulher de José Sócrates.