A National Geographic fez uma expedição ao território no âmbito do seu programa Pristine Seas, que explora os últimos ecossistemas prístinos e selvagens dos oceanos.
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Com o apoio do Oceanário de Lisboa, a National Geographic apresentou ao Governo Português o relatório científico e o filme da expedição "Ilhas Selvagens". A expedição foi feita em setembro de 2015, com o objetivo de avaliar o estado do meio marinho.
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Com a apresentação dos resultados ao ministro do Ambiente, José Pedro Matos Fernandes, e à ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, a National Geographic espera sensibilizar o Governo Português para a necessidade de aumentar a proteção da área marinha destas ilhas, já que a reserva atual em torno das ilhas se estende apenas até aos 200 metros de profundidade, deixando desprotegidas muitas espécies de aves, mamíferos e peixes.
No total foram realizadas 150 horas de mergulho e foram instaladas câmaras remotas em 12 locais para recolha de dados científicos. Foram identificados mais de 47 grupos de algas e uma cobertura de 8% de ouriços-do-mar, o que é um indicador positivo. Foram também identificadas 51 espécies de peixes de 28 famílias. As câmaras remotas instaladas a grande profundidade revelaram também a existência de uma fauna diversa, e permitiram identificar 24 grupos de peixes de profundidade pertencentes a 17 famílias. Já as câmaras instaladas na zona pelágica - ou região oceânica onde vivem seres vivos que não dependem dos fundos marinhos - revelaram a presença de várias espécies protegidas, como a baleia-de-Bryde (Balaenoptera brydei), o golfinho-pintado-do-Atlântico (Stenella frontalis), bem como a tartaruga-comum (Caretta caretta).
O ecossistema marinho costeiro das Ilhas Selvagens foi assim avaliado como saudável, sendo descrito no relatório da National Geographic como um "ecossistema marinho vibrante, equilibrado e com uma enorme diversidade de fauna e flora", que se destaca entre os arquipélagos do Atlântico Nordeste, nos quais se incluem os Açores, a Madeira, Cabo Verde e as Canárias.