Os autarcas de Tondela e Arganil concordam que faltou capacidade ao Estado para responder ao fogo. É uma das conclusões do relatório da Comissão Técnica, entregue na Assembleia da República.
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Nos incêndios de outubro, o concelho de Tondela chegou a perder 180 km2 em apenas cinco horas, diz à TSF o presidente da câmara, José António Jesus, que não acredita que a limpeza dos terrenos seja suficiente para evitar novas tragédias.
"Não basta a eventual limpeza dos perímetros florestais, é necessário pensar no condicionamento tático e estratégico de meios", defendeu José António Jesus, acrescentando que uma situação como a que atingiu o concelho no ano passado "poderá voltar a acontecer".
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"O relatório evidencia a necessidade de políticas nacionais em matérias de proteção, mas há um conjunto de questões nucleares que vão muito para além disso. Falo do ordenamento florestal, a necessidade de cadastro e de serem executadas as faixas de interrupção de combustível", sublinhou o presidente da câmara de Tondela.
Também Luís Paulo Costa, presidente da câmara de Arganil, sublinha a falta de capacidade de resposta por parte do Estado.
O autarca de Arganil alega que, na altura, o Governo já tinha percebido que o calor e o tempo seco se iriam prolongar, mas que os meios técnicos disponíveis para o combate aos incêndios não acompanharam esse reconhecimento das condições climatéricas.
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"O número de reacendimentos que aconteceu naquele fim de semana é muito superior àquilo que seria aceitável", disse à TSF Luís Paulo Costa, invocando a sustentação apresentada no relatório da Comissão Técnica Independente.