O ministro do Ambiente acusa as câmaras de terem reduzido os esforços na recolha e separação dos resíduos. À TSF, João Matos Fernandes considera que é urgente aumentar as taxas de reciclagem.
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Os portugueses produzem cada vez mais lixo. Em 2017, foram produzidas 4 milhões e 75 mil toneladas de resíduos, mais 2,3% do que no ano anterior. Isto significa que no ano passado cada português fez em média 1,3 kg de lixo por dia.
Este aumento da produção do lixo não foi acompanhado pela separação dos resíduos.
O ministro do Ambiente explica que Portugal ainda está longe dos objetivos que quer alcançar no tratamento dos resíduos. Em entrevista à TSF, João Matos Fernandes defende que é preciso fazer mais e acusa as autarquias de terem reduzido os esforços na recolha e separação do lixo.
"As entidades gestoras esforçaram-se menos do que aquela que era a nossa expectativa. Temos mesmo incentivar estas entidades, que são essencialmente as autarquias, a fazer uma muito maior recolha seletiva dos materiais. Em algumas cidades isso acontece, Lisboa é um belíssimo exemplo, mas de facto estamos longe daquelas que são as nossas metas", defendeu.
O relatório do Estado do Ambiente é apresentado esta terça-feira. O ministro do Ambiente explica que, com estes resultados, a ideia é no segundo semestre aumentar as taxas de reciclagem.
Em relação às metas da redução da emissão de gases com efeito de estufa, Portugal está a cumprir as indicações internacionais, mas João Matos Fernandes quer ir mais longe. O ministro do Ambiente lembra que o governo traçou objetivos mais ambiciosos.
"Vamos chegar a 2030 com uma redução dos gases com efeito de estufa entre 30 e 40%. Agora, o governo lançou um desafio mais ambicioso do que esse, que é o de chegar a 2050 como um país neutro do ponto de vista da emissão de gases carbónicos. Isto é, uma capacidade de sumidouro desses mesmos gases e Portugal é essencialmente florestal. Esse é que é o desafio. Por isso, estamos a fazer um roteiro de neutralidade carbónica que, em outubro, queremos tornar público na sua primeira versão e que é um desafio extraordinário para a sociedade e para a Economia", considera o ministro.