Bárbara Vara foi a primeira arguida a ser ouvida pelo juiz Ivo Rosa na fase de instrução, que arrancou esta tarde no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa.
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A gestora, filha de Armando Vara, está acusada de dois crimes de branqueamento de capitais em regime de coautoria com outros arguidos.
A acusação do Ministério Publico refere que a arguida terá alegadamente ocultado capitais com origem ilícita em duas situações distintas. Por um lado, as alegadas "luvas" de promotores para a expansão do resort Vale do Lobo, que foram pagas ao ex-primeiro-ministro José Sócrates e ao antigo administrador da Caixa Geral de Depósitos Armando Vara, terão circulado pela conta bancária de uma sociedade offshore de que Bárbara Vara era beneficiaria; por outro lado, um apartamento de Bárbara Vara na Avenida do Brasil, em Lisboa, comprado por uma sociedade de Armando Vara com uma parte das alegadas "luvas".
Defendida pelo advogado Rui Patrício, Bárbara Vara alega que desconhecia a origem dos fundos, desconhecia as operações financeiras feitas pelo pais e limitou-se a dar o nome a contas do pai por uma questão de segurança. Foi isso que reafirmou esta tarde TCIC e que já tinha dito nos interrogatórios.
À saída o advogado Rui Patrício garantiu aos jornalistas que Bárbara Vara respondeu a todas as perguntas do juiz Ivo Rosa e mostrou-se confiante nesta fase processual, bem como no depoimento das testemunhas que foram arroladas pela defesa.
Para corroborar esta versão, Bárbara Vara arrolou como testemunha de defesa o pai, Armando Vara. O ex-administrador da CGD, que está a cumprir pena de prisão no Estabelecimento Prisional de Évora no âmbito do processo Face Oculta, deveria ser ouvido esta terça-feira no TCIC mas a sessão teve de ser adiada para dia 5 de fevereiro devido à greve dos guardas prisionais.
Alem de Armando Vara, Barbara Vara arrolou como testemunhas a sua mãe, Maria Isabel Figueira, João Carlos Silva, Sérgio Bandeira Rodrigues e Teresa Lurdes Vicente Carrapatoso.