A grande vantagem da eventual construção da barragem do Alvito é a possibilidade de regularizar o caudal do rio Tejo e mantê-lo estável e constante. É a convicção de Pedro Soares, presidente da Comissão Parlamentar do Ambiente.
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O presidente da Comissão Parlamentar do Ambiente, Pedro Soares, salientou, à Lusa, a importância que a construção da barragem do Alvito pode ter como reserva de água e na ajuda ao reabastecimento dos aquíferos subterrâneos.
"A vantagem principal, que tem que ser equacionada em relação ao Alvito, tem que ser a este nível e não outro qualquer, como a produção elétrica ou até mesmo em relação à agricultura que terá as suas vantagens. Mas não pode ser esse o objetivo principal", sustentou.
"Talvez a principal vantagem que exista em relação à possibilidade da construção da barragem [Alvito] - e isso tem que ser muito bem estudado - é a possibilidade de ajudar a regularizar o caudal do Tejo, ajudar a manter caudais equilibrados, constantes e ecológicos e contribuir para que o avanço da cunha salina [no rio] não tenha tanto efeito", explicou à agência Lusa Pedro Soares.
Para o deputado do Bloco de Esquerda (BE) e presidente da Comissão Parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, o Alvito não pode ser apenas pensado com o objetivo energético. "O que percebemos é que o projeto inicial do Alvito, que era relacionado apenas com o aproveitamento hidroelétrico, está ultrapassado. Neste momento, não se justifica uma barragem que tem sempre um impacto territorial e ambiental significativo. Não se justifica só por razoes de produção de energia elétrica", afirmou.
Pedro Soares disse ainda que o rio Tejo tem que ser encarado como um sistema ambiental e ecológico próprio a ser preservado, com uma utilização equilibrada, e não apenas como um mero recurso económico.