A Comissão Europeia apresenta hoje a nova estratégia europeia relativa aos plásticos, com uma declaração em Estrasburgo.
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O objetivo da estratégia é a redução do impacto ambiental do plástico. A TSF escutou os dois eurodeputados portugueses que integram a comissão parlamentar de Ambiente, em Estrasburgo. Ainda sem conhecerem o que a Comissão Europeia vai apresentar, João Ferreira e José Inácio Faria mostram estar expectantes e, ao mesmo tempo, reticentes.
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O deputado do Partido da Terra, José Inácio Faria, espera que Bruxelas apresente uma estratégia ambiciosa, esperando que, no futuro, Bruxelas tenha poderes para "fiscalizar" a redução das matérias-primas para a produção do plástico.
"A utilização [do plástico] tem estado a ser debatida e nós temos pedido que a Comissão se debruce sobre a produção de matérias-primas que estão na base da constituição dos plásticos", afirma, com a expectativa de "ver o que sai daqui", referindo-se à estratégia que a Comissão apresenta, em Estrasburgo.
Este eurodeputado português diz que ele próprio tem exigido à Comissão Europeia que não se limite a pedir a redução do uso, mas também travar a produção, dando "o exemplo dos próprios materiais utilizados no fabrico dos aparelhos, dos itens que utilizamos no dia a dia, aqueles que não podem ser aproveitados, terão de ser à base de outras substâncias", defende.
Por sua vez, o eurodeputado do PCP João Ferreira espera que a estratégia para o impacto ambiental do plástico seja diferente da diretiva que já está em vigor, lembrando-se que "a reserva do direito a poluir - neste caso a utilizar sacos de plástico - a quem os compra, [tem] um efeito prático em termos de poluição [que] é absolutamente o mesmo: sai um pouco mais caro aos consumidores, mas do ponto de vista prático continua-se a produzir e a consumir sacos de plástico leves".
O eurodeputado admite que está de pé atrás em relação à estratégia da comissão, tendo em conta outras leis sobre resíduos, como a chamada diretiva do saco plástico, "porque o tempo de aplicação das diretrizes que estão em vigor, já demonstrou que algum tipo de soluções que a comissão preconizou, nomeadamente uma abordagem de mercado, servem mais para onerar o consumidor do que para atingir objetivos ambientais".