Dificuldades de acesso levam regulador da saúde a reavaliar falhas: problemas agravaram-se.
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A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) alerta que se agravou a lista de espera para vaga na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI). A esmagadora maioria da população e do país continua a ter baixos níveis de acesso a este tipo de cuidados de convalescença, recuperação e reintegração de doentes crónicos e pessoas dependentes de outros.
Uma rede que se destina a pessoas de todas as idades com dependência funcional, pessoas com doença crónica e pessoas com doença incurável em estado avançado e em fase final de vida.
Depois de estudos sobre o tema em 2011, 2013 e 2016 a ERS afirma que teve conhecimento de dificuldades de acesso aos cuidados continuados e eventuais ineficiências na gestão da rede de convencionados, pelo que se sentiu na obrigação de fazer uma nova análise ao problema.
Citando números da Administração Central do Sistema de Saúde, o regulador conclui que no final de 2018 existiam 1.641 utentes a aguardar vaga, mais 9% que um ano antes e mais 24% que dois anos antes. Quase metade (44%) estão em Lisboa e Vale do Tejo que, a par do Alentejo, foi a região onde os números mais se agravaram.
A ERS constata que os recursos humanos afetos a estes serviços aumentaram, tal como as camas disponíveis em três tipos de cuidados continuados ("Unidades de Longa Duração e Manutenção", "Unidades de Média Duração e Reabilitação" e "Unidades de Convalescença"), mas, mesmo assim, os resultados que predominam, em todas as regiões, são os de "baixo acesso".
O número de camas por mil habitantes na maior parte de Portugal continental é "inferior às metas estabelecidas para a satisfação das necessidades das populações".
Mais grave, apenas um dos três tipos de resposta de cuidados continuados, as "Unidades de Média Duração e Reabilitação", apresenta uma tendência de melhoria nos últimos anos.
Finalmente, aumentaram, face a 2016, os tempos de espera para entrada nas "Unidades de Convalescença" e nas "Unidades de Média Duração e Reabilitação".