O cancro do cólon é o segundo mais mortal em Portugal, com dez vítimas por dia. A Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva diz que está provado que há uma relação direta entre o aparecimento desta doença e a alimentação.
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Só 40% dos casos de cancro do cólon são diagnosticados numa fase inicial.
A SPED - Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva defende que só é possível inverter as estatísticas com rastreios a toda a população com mais de 50 anos.
António Dias Pereira, presidente da SPED, diz que os números não deixam dúvidas sobre a importância do rastreio: "Por dia são diagnosticados 20 casos de cancro e 10 morrem com cancro do cólon. A taxa de sobrevivência é de 50%".
António Dias Pereira traça o perfil destes doentes. "A doença antes dos 50 anos não é muito frequente, quando ocorre abaixo dos 40 anos é por questões hereditárias ou familiares. É mais prevalecente nos homens, mas não há grande diferenças entre sexo", diz.
Está provado que há relação direta entre a alimentação e o aparecimento do cancro do cólon ou do intestino.
A Organização Mundial de Saúde apontou o consumo de carnes processadas como salsichas, fiambre e presunto como uma das causas desta doença. O ideal é seguir uma dieta mediterrânica, "muito rica em fibra, consumo de azeite e consumo limitado de carne".
O presidente da SPED diz que há sinais de alerta, mas defende que só é possível atacar a doença com rastreios a toda a população a partir dos 50 anos.
"Devem estar alerta a sintomas como perda de sangue pelo ânus, alteração do trânsito intestinal, mas não se pode fixar uma estratégia de diminuição da mortalidade só com a valorização dos sintomas".
A SPED calcula que até ao final do ano o cancro do cólon seja responsável por 3941 mortes.