O Carvalho de Calvos, na Póvoa de Lanhoso, classificado de interesse público, é considerado o mais antigo da Península Ibérica e o segundo mais velho da Europa.
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Com cerca de 600 anos é, hoje, uma das atrações do concelho da Póvoa de Lanhoso, cuja autarquia decidiu preservar e valorizar aquele espaço, na pequena freguesia de Calvos, onde nasceu um parque de lazer e um centro interpretativo que reúne informação relevante sobre o carvalho alvarinho, um dos exemplares da vegetação secular do país.
Com mais de 20 metros de altura e um tronco de quase 10 metros, são precisas várias pessoas para abraçar esta árvore centenária, também conhecida por "Carvalha da Tojeira ou Carvalha da Fundoua, por se encontrar na chamada Quinta da Fundoua", como se habituou a ouvir Joaquim Alves, nascido ali perto há 80 anos.
Por diversas vezes, este carvalho centenário esteve em riscos de desaparecer. "O meu pai negociava em madeiras e tentou comprar a árvore por três contos e quinhentos. O negócio esteve quase resolvido mas entretanto a dona adoeceu e acabou por não se concretizar. Felizmente, porque senão esta árvore já não estava aqui", recorda Joaquim Alves. "Depois houve aquela mão maldosa, como naquele dia em que alguém se lembrou de chegar lume à árvore para acabar com um enxame de abelhas", acrescenta.
Antigo presidente de Junta da Freguesia de Calvos, Joaquim Alves já sentou 150 pessoas à sombra do carvalho, em 1984, num almoço de homenagem ao Padre José Joaquim Dias, pelas bodas de ouro sacerdotais. Desde os tempos da sua juventude, Joaquim Alves habituou-se a ver muita gente procurar aquele lugar para "passar o tempo e namorar. Se aquela árvore falasse muito segredo tinha que contar", atira.