
Delfim Machado / Global Imagens
A ministra da Administração Interna suspendeu o castigo aplicado ao comissário da PSP filmado a agredir um adepto do Benfica à saída do Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.
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A suspensão da pena foi decretada num despacho da Ministra da Administração Interna, que esta quarta-feira foi publicado em ordem de serviço da PSP. Nesta ordem, assinada pelo superintendente-chefe Magina da Silva, é determinada a suspensão da execução da pena ao comissário Filipe Silva, com base no despacho de Constança Urbano de Sousa.
À TSF fonte oficial do Ministério da Administração Interna assume que existem dúvidas sobre o cumprimento da pena, isto é, se os 183 dias de suspensão já cumpridos relevam para os 200 dias de pena aplicada ou, pelo contrário, se o castigo deve ser cumprido na totalidade". Em face das dúvidas o MAI solicitou um parecer ao Conselho Consultivo da Procuradoria-geral da República e até ser conhecido "o castigo fica suspenso".
A decisão do Ministério da Administração Interna não surpreende o Sindicato Nacional dos Oficiais da Polícia que partilha as dúvidas que levaram à decisão agora conhecida. O presidente Henrique Figueiredo diz que o sindicato solicitou esclarecimentos mas ficou sem resposta.
Independentemente da decisão que vier a ser tomada, o presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais da Polícia considera que o castigo de 200 dias é exagerado e mantém a decisão de recorrer para o Tribunal Administrativo.
De recordar que em junho do ano passado, um mês após os incidentes, o comissário foi suspenso preventivamente. Entretanto cumpriu 183 dias de suspensão até ser condenado numa pena de 200 dias de afastamento da PSP. Faltavam 17 dias quando se apresentou ao trabalho.
A ordem de serviço da PSP indica ainda que o comissário já está em funções desde 26 de janeiro.
Os episódios de violência após o jogo entre o Vitória de Guimarães e o Benfica a 17 de maio, em que o subcomissário foi filmado pela CMTV a agredir o adepto do Benfica José Magalhães, foram também alvo da investigação dos procuradores do Porto. Neste momento, "o inquérito encontra-se em investigação e está em segredo de justiça".