
Maçãs com o logotipo da Cimeira do Clima que vão ser oferecidas aos participantes
Christian Hartmann/Reuters
Investigadores e estudantes de ciência de todo o mundo são chamados a sentarem-se cinco minutos, no exterior das suas instituições, a apelar aos políticos que "façam o seu trabalho" em matéria de alterações climáticas.
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A saída dos cientistas, que deverá ficar documentada em fotografias, está marcada para a hora em que, no dia 30 de novembro, vai realizar-se a abertura da conferência das partes (COP) das Nações Unidas sobre alterações climáticas, em Paris, com o objetivo de chegar a um acordo vinculativo entre todos os países.
O chamado "Global sit-down" pretende que todos os cientistas estejam na rua pelas 11:55 (hora de Paris), durante cinco minutos, para chamar a atenção dos decisores e políticos para a necessidade de tomar decisões para travar a subida da temperatura média do planeta, reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e avançar medidas de adaptação às mudanças do clima, como explicou à agência Lusa Tomás Ramos.
Realçando que os cientistas "estão disponíveis para ajudar", apontou que a ideia é que os cientistas façam um 'global sit-down', ou seja, que todos os cientistas e estudantes nas instituições de ensino superior e de investigação vão para o exterior dos edifícios e, de uma forma simbólica, fiquem sentados "à espera de decisão" dos políticos.
"Sabendo que a COP vai acontecer em dezembro, em Paris, [a ideia é] haver uma forma de manifestar o nosso descontentamento perante a ausência de reação por parte dos decisores e gestores políticos" sobre as alterações climáticas e os fatos "confirmados e estudados ao longo dos últimos anos", disse o investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
A iniciativa é organizada através das redes sociais e nasceu numa conferência mundial sobre desenvolvimento sustentável, que se realizou esta semana, em Barcelona, em Espanha, e que reuniu cerca de 900 cientistas vindos da China, Japão, Europa ou América do Sul, entre os quais Tomás Ramos.
A ideia foi lançada por cientistas da Universidade de Utrecht, na Holanda, e teve boa recetividade, agora resta saber como os investigadores de todo o mundo vão responder ao desafio.