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Francisco ferreira, presidente da Zero, explicou as conclusões do levantamento feito pela associação ambiental, na Manhã TSF.
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As centrais termoelétricas a carvão de Sines e Pego são responsáveis por quase um quinto das emissões em Portugal, ocupando os primeiros lugares entre as instalações mais poluentes, com Sines na 18.ª posição entre as centrais europeias, revelou a associação ambientalista Zero.
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A partir dos dados do registo do Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE), a associação apresentou, esta quinta-feira, a lista das 10 principais instalações responsáveis pela emissão de gases de efeito de estufa, em Portugal.
Quando comparadas com o total de emissões do país, em 2015, as emissões das centrais de Sines e Pego "são responsáveis por 17,6% do total de emissões de dióxido de carbono-equivalente.
Por isso, os ambientalistas pedem a urgente "substituição por centrais de ciclo combinado, a gás natural, já existentes, "como recurso transitório e, a médio prazo", antes de mudar totalmente para fontes de energia limpa.
"No Top 10, o setor da produção da eletricidade é responsável por 20,5% do total de emissões", o setor da refinação é responsável por 5,7% e as cimenteiras por 4,6%, resume a Zero.
Seca faz emissões de gases aumentar
Este ano, devido à seca que impede uma maior produção hidroelétrica, as centrais a carvão tiveram um aumento de produção de eletricidade de 24% entre janeiro e setembro, em relação ao mesmo período de 2016, e foram responsáveis por 38% das emissões de gases com efeito de estufa do setor elétrico, segundo a Zero.
Os ambientalistas referem-se ainda à proposta para o Orçamento do Estado para 2018, dizendo esperar que "não haja cedências na aplicação do imposto sobre produtos petrolíferos (ISP) e da taxa de adicionamento do carbono ao carvão usado na produção de eletricidade" o que consideram ser "uma penalização da utilização de combustíveis fósseis em prol de um maior desenvolvimento das energias renováveis".
A Zero insiste ainda na necessidade de o Governo definir uma data limite para o fim do funcionamento das centrais de Sines e do Pego para antes de 2030, "ano com que o primeiro-ministro e o ministro do Ambiente já se comprometeram publicamente".