A intenção de constituir como arguido o capitão Rui Monteiro resulta do facto de o comandante ter responsabilidades de supervisão do curso e "aparentemente nada ter feito".
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O comandante da companhia de formação de Comandos em que morreram os recrutas Hugo Abreu e Dylan Araújo Silva vai ser interrogado e constituído arguido na segunda-feira pelo Ministério Público, confirmou à Lusa fonte ligada à investigação.
Segundo a mesma fonte, além do capitão Rui Monteiro, também o tenente-coronel Mário Maia, diretor do curso e destacado em missão em Angola, será interrogado na segunda-feira, recaindo sobre este último uma queixa por insubordinação/desobediência, por não acatar ordens do general Faria Menezes, comandante das Forças Terrestres, que mandara suspender a recruta.
A fonte contactada pela Lusa referiu que Mário Maia foi detido no início do inquérito, mas acabou por não ser constituído arguido. O caso que agora enfrenta prende-se com a queixa por desobediência apresentada pelo general.
A intenção de constituir como arguido o capitão Rui Monteiro resulta do facto do comandante da companhia de formação dos Comandos ter responsabilidades de supervisão do curso e "aparentemente nada ter feito", explicou a fonte.
A investigação relacionada com a morte dos recrutas Hugo Abreu e Dylan Araújo Silva conta, até ao momento, com nove arguidos, devendo esse número subir após o interrogatório de segunda-feira e no decurso das diligências até conclusão do inquérito, que deverá terminar antes das férias judiciais de verão.
O Ministério Público tenciona ainda inquirir os assistentes, designadamente os pais de Hugo Abreu, que vivem em França e que só terão possibilidades de se deslocarem a Portugal em maio.
A informação de que o capitão Rui Monteiro ia ser constituído arguido no inquérito do MP foi avançada pelo Observador e pelo Público, que adiantam que o comandante é suspeito da prática do crime de abuso de autoridade por ofensas à integridade física.