Das 1234 vagas disponíveis apenas 1117 foram preenchidas por candidaturas de médicos recém-licenciados. Números ficam aquém dos objetivos traçados pelo ministério da Saúde.
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Em várias especialidades houve mesmo mais concorrentes do que lugares disponíveis, mas, ainda assim, quase 10% das vagas do concurso de médicos que foi aberto há duas semanas ficaram por preencher naquele que foi, nos últimos anos, o maior concurso para a contratação de recém-especialistas para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Segundo conta o jornal Público , dos 1234 lugares disponíveis, apenas 1117 foram preenchidos, o que significa que houve um total de 117 vagas por preencher. Destas, de acordo com a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), 27 vagas correspondem a lugares para a medicina geral e familiar, e 90 para as áreas hospitalares e de saúde pública.
Os números ficam aquém dos objetivos do ministério da Saúde, mas, em 16 das 44 especialidades, o número de candidatos foi igual ou superior ao das vagas que foram abertas no concurso lançado no dia 26 de julho. Exemplo disso são as especialidades de psiquiatria, genética médica, nefrologia, cirurgia geral ou pneumologia, em que as candidaturas corresponderam ao número de vagas disponíveis.
Em sentido inverso seguem os números das candidaturas em áreas como a ortopedia, a oftalmologia ou a neurocirurgia, em que nem todas as vagas foram preenchidas. A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) revela mesmo que para a cirurgia maxilofacial não houve sequer um candidato para os três lugares que estavam disponíveis.
Com o concurso encerrado e com vagas ainda por preencher, a ACSS vai agora analisar as candidaturas e proceder à "correspondente elaboração da lista de proponentes admitidos / excluídos, de que resultará a lista de ordenação final, que antecede a fase de escolhas dos candidatos". São candidaturas com as quais o ministério da Saúde pretendia, sobretudo, recrutar médicos que se encontram fora do Serviço Nacional de Saúde.
O concurso já foi alvo de críticas por parte de sindicatos dos médicos e da Ordem dos Médicos, que entendem que o concurso foi lançado tarde demais, ou seja, apenas três meses depois de jovens médicos terem terminado a especialidade. O período é, ainda assim, menor do que no concurso anterior, em que, entre o final da formação e o lançamento do concurso, o tempo de espera tinha sido de 10 meses.