O ministro da Saúde anunciou hoje que a isenção de taxas moderadoras para os dadores de sangue vai ser alargada a todos os cuidados de saúde hospitalar do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
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Atualmente, os dadores de sangue estão isentos de pagar taxas moderadoras nos cuidados de saúde primários centros de saúde e unidades de saúde familiar) do SNS.
O ministro Adalberto Campos Fernandes, pretende reparar "algo que foi muito mal feito", do ponto de vista do Governo.
"Iremos repor essa isenção para os dadores de sangue para todas as condições de acesso, não apenas [para] cuidados de saúde primários, que já existe, mas também para cuidados de saúde hospitalares", assegurou o ministro.
Adalberto Campos Fernandes considerou que o anúncio feito pelo Governo sobre alterações às taxas moderadoras "foi mal interpretado pelos partidos da oposição, porque disseram que estávamos a anunciar coisas que já existiam".
Mas "bastaria que nós reduzíssemos globalmente o valor [das taxas moderadoras] para não estarmos a anunciar coisas que já existem", sustentou Adalberto Campos Fernandes, assegurando que o Governo irá "muito mais longe".
O ministro mostrou ainda a convicção de que os portugueses "perceberão a diferença entre uma leitura administrativa da regra económica e dificuldade do acesso e confusão entre taxas moderadoras e copagamentos e aquilo que é uma leitura de modelação do acesso e da regulação fina dos direitos de acesso", sublinhou.
Federação dos dadores aplaude a iniciativa
O presidente da Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue já se congratulou com a medida anunciada pelo ministro.
"Ficamos muito satisfeitos com o anúncio do ministro da Saúde e não podemos deixar de agradecer às associações e às centenas de milhares de dadores que fizeram com que não faltasse sangue no país", disse Albeo Mota à Lusa lembrando que a Federação dos dadores de sangue "nunca abandonou a luta" pela reposição da isenção do pagamento de taxas moderadoras hospitalares, a qual terminou em 2011.
A medida, prosseguiu Alberto Mota, fez com que em algumas zonas do país as dádivas baixassem "drasticamente".
Instituto do Sangue espera aumento de dádivas
Ouvido pela TSF, o presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) considerou "natural" que depois desta medida, "as pessoas se sintam mais incentivadas à dádiva" de sangue.
Hélder Trindade disse esperar "com muita ansiedade" pelos resultados das colheitas de fevereiro e março de 2016, os meses "em que habitualmente há quebras" nas colheitas.
"Gostaria de acreditar que essa medida nos vai ajudar a passar o mês de fevereiro e março com mais facilidade e com stock mais substancial", revelou o presidente do IPST.