Há 120 anos, Marie e Pierre Curie descobriram o rádio. O material radioativo que revolucionou o tratamento do cancro e que está na origem da radioterapia. Marie Curie recebeu o Nobel da Química em 1911.
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A descoberta do metal de cor prateada, radioativo, que ganha brilho azul no escuro, valeu a Marie Curie o Prémio Nobel da Química em 1911. Mas esta substancia radioativa chegou a ser usada em produtos do dia-a-dia.
Descoberto em 1898 a partir do urânio, o rádio chegou a ser usado em produtos dentífricos, cosméticos, chocolate e foi mesmo vendido como água, dizia-se que dava saúde e força. Carlos Fiolhais, professor de física da Universidade de Coimbra, explica que esta nova substância cedo revelou o seu potencial.
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"O rádio vem do latim raio, porque é uma substância extremamente radioativa. Foi encontrado num óxido de urânio, em mineral radioativo. O que caracterizava esta substância é que era muito mais radioativo que o urânio, mais de um milhão de vezes. O que fizeram foi procurar e através da luz identificaram uma risca de luz nova, que era algo desconhecido."
Ao mesmo tempo que se manifestavam os efeitos nocivos deste metal radioativo explorava-se o potencial do rádio no tratamento de doenças.
"Se for aplicado em pequenas doses pode ser usado para destruir tecido ou células doentes. Mas descobriu-se isso da pior forma, o marido de Marie Curie chegou a fazer experiências em si próprio, a ver qual o efeito dermatológico daquela substância. Era uma altura em que as águas radioativas eram anunciadas como uma coisa boa."
No início do século XX o rádio fazia parte da composição de tintas brilhantes que coloriam os ponteiros e mostradores de relógios, mas as mulheres que trabalhavam nestas fábricas contraíram doenças como anemia e cancro. A partir da década de 1950 o uso do rádio já se limitava à medicina. Portugal está ligado à exploração do radio nas Minas da Urgeiriça.
Marie Curie morreu aos 66 anos com leucemia causada pela exposição excessiva ao rádio.