Ouvida no Parlamento, a diretora-geral da Saúde diz que "é preciso esperar pela ciência e fazer a necessária adaptação se houver necessidade disso".Para já, esse cenário não está a ser equacionado.
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"À data, não há conhecimento científico que indicie a possibilidade " de que seja necessária uma terceira dose da vacina de sarampo, diz a diretora-geral da Saúde ouvida pela Comissão de Saúde.
"O esquema de Portugal e dos outros países está perfeitamente atualizado: são duas doses da vacina que se recomendam, uma aos doze meses de idade e outra aos cinco anos. Quem fizer este esquema, à partida está vacinado durante muitos e muitos anos", garante Graça Freitas.
Questionada esta tarde no Parlamento sobre o surto do sarampo e a vacinação, numa audição solicitada pelo PS e pelo PCP, Graça Freitas lembrou que a existência de surtos da doença em diversos países obriga a repensar constantemente a estratégia contra o vírus.
Graça Freiras disse estar certa de que, "neste momento, está muita gente a pensar em fazer mais um reforço contra o sarampo". No entanto, acrescentou, "até agora não há evidência científica de que isto deva ser feito" nem o cenário está a ser equacionado.
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Por causa do surto de sarampo, a Comissão Parlamentar de Saúde está a ouviu oito especialistas sobre esta doença. A diretora-geral da Saúde revelou que 80% das pessoas com sarampo no atual surto estão totalmente vacinadas e que todos os infetados desenvolveram uma "forma ligeira e modificada da doença", mas não a transmitem.
"O que estamos a assistir é uma forma de sarampo modificada. O estado imunitário das pessoas é que modificou e não o vírus", sublinhou Graças Freitas.
A especialista em saúde pública adiantou que "o surto atual de sarampo é diferente daquele que atingiu Portugal no ano passado", não se conhecendo, para já, qual o caso zero.
"Temos três possíveis linhagens de caso zero", referiu, acrescentando que as investigações ainda decorrem.
Sobre as diferenças entre o atual surto e os dois que atingiram Portugal no ano passado, Graça Freitas referiu que o atual "só atinge adultos jovens".
Entre os infetados, 80% estavam vacinados com duas doses. "Estavam, portanto, completamente e muito bem vacinados", disse.