Diretor de Serviços Prisionais recusa demissão. "Fico até o poder político entender"
Os guardas prisionais, que contestam os novos horários nas cadeias portuguesas, exigem a demissão de Celso Manata e fizeram uma vigília como protesto.
Corpo do artigo
O diretor-geral dos Serviços Prisionais, Celso Manata, declara estar de consciência tranquila e disponível para continuar no cargo enquanto tiver a confiança do Governo.
Jorge Alves, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, admitiu a realização de novos protestos durante o mês de maio, depois da vigília desta segunda-feira, contra os novos horários nas prisões portuguesas.
"O diretor-geral continua a perseguição ao corpo da guarda prisional e ignora os enormes problemas de segurança que este horário está a causar nas cadeias", acusou o presidente do sindicato
TSF\audio\2018\04\noticias\23\jorge_alves_13h
"Vamos avançar com novas greves nos estabelecimentos onde começar a ser implementado o horário e também vigílias em frente aos estabelecimentos prisionais, para lembrar o diretor-geral de que está a mais no lugar que ocupa porque está destruir o sistema prisional", adiantou Jorge Alves, acrescentando que o atual dirigente dos Serviços Prisionais "não se preocupa com a reabilitação nem com a criminalidade nas cadeias".
Perante as críticas, Celso Manata responde que os novos horários vieram acabar com certos hábitos nas prisões. O diretor-geral dos Serviços Prisionais garante estar tranquilo, perante as queixas dos guardas.
TSF\audio\2018\04\noticias\23\celso_manata
"Estou perfeitamente pacífico", assegurou Celso Manata. "Estarei a cumprir a minha missão enquanto entender necessário e enquanto o poder político entender que a estou a executar corretamente".
O diretor dos Serviços Prisionais considera que a contestação de quem tem sido alvo "não é geral".
Esta manhã decorreu, no Estabelecimento Prisional da Carregueira, em Sintra, a cerimónia de posse de 386 novos guardas prisionais. A cerimónia ficou marcada pelos protestos dos profissionais e pelo discurso do primeiro-ministro, António Costa, que afirmou que o investimento no sistema prisional não é suficiente, mas que não é possível ir mais além do que aquilo que é mesmo necessário.
"É essencial que, em cada ano, façamos tudo o que é necessário sem fazer mais do que aquilo que podemos fazer. Só desta forma conseguiremos continuar a responder às necessidades do país, sem criar novos problemas ao país", defendeu.