As explicações do ministro da Ciência e do Ensino Superior à TSF. O presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos mostra-se satisfeito com a decisão do governo.
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A decisão de autorizar os doutoramentos nos institutos politécnicos representa um progresso, defende o ministro da Ciência e do Ensino Superior. Em declarações à TSF, Manuel Heitor considera que se trata de "uma evolução normal da maturidade em curso do sistema de ensino superior e científico português".
Uma decisão que conta com o consenso das universidades, garante o ministro. "Ainda na semana passada apresentei as medidas em detalhe ao Conselho de Reitores e há um consenso normal".
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Manuel Heitor explica ainda que as instituições do ensino superior vão ter critérios mais exigentes para atribuírem doutoramentos. "A partir de agora a acreditação dos doutoramentos passa a ficar diretamente dependente da avaliação científica feita pela Fundação para a Ciência e Tecnologia com base em critérios internacionais de avaliação científica".
O ministro adianta que as instituições só podem oferecer doutoramentos "se tiverem unidades e centros classificados com Muito Bom e Excelente". Para além disso, as instituições vão ter de desenvolver atividades de investigação e desenvolvimento e pelo menos 75% dos recursos humanos integrados em unidades de investigação.
O presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos admite que vali levar algum tempo até cumprir esta exigência. Os politécnicos vão ter de adaptar-se à mudança, considera Nuno Mangas, que não esconde a satisfação com a atribuição de doutoramentos também pelos politécnicos.
O responsável considera que esta decisão do governo é o reconhecimento de uma necessidade e de um trabalho feito ao longo dos anos pelos institutos.
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Do lado das universidades, o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas é mais cauteloso. Apesar das garantias do ministro de que o Conselho de Reitores está a par de todas as mudanças, António Fontaínhas Fernandes diz que falta conhecer em detalhe as propostas que serão aprovadas esta quinta-feira em Conselho de Ministros.
Ainda assim, o representante dos reitores promete abertura para analisar estas propostas.